Uma nova tentativa de fuga foi frustrada na noite deste domingo (29) no Complexo Prisional do Curado, no Sancho, Zona Oeste do Recife. Segundo testemunhas, a
grade de proteção que dá acesso ao muro do presídio foi cortada e um artefato explosivo foi deixado no local. Poucos instantes depois, houve uma grande explosão que abriu um buraco no muro, próximo a uma das guaritas de segurança. Apesar do dano à estrutura, ninguém conseguiu fugir.
A violência da explosão atingiu várias casas que ficam em frente ao muro do presídio. O servidor público José Severino Ramos, 57 anos, morador da Rua Santana de Ipanema, relatou que sua residência ficou praticamente destruída. "Acabou com tudo na minha casa. Quebrou a porta, as vidraças, o telhado. Assustou todo mundo aqui. E agora, o que vou fazer?", disse chorando. Após a explosão, um grupo de moradores fechou a a Avenida Liberdade, nas proximidades da unidade, para protestar.
Moradores dos arredores e governo travam uma luta atualmente sobre o futuro da unidade. O estado já autorizou a desapropriação de 55 casas para tentar aumentar a segurança no Complexo do Curado. Já os residentes afirmam que não pretendem deixar o local e pedem a desativação da unidade prisional.
Ações desse tipo têm se tornado corriqueiras no estado. Em janeiro deste ano, duas fugas em massa foram registradas em unidades do Grande Recife. No dia 21, 53 presos fugiram da Penitenciária Barreto Campelo, em Itamaracá, após detentos abrirem um buraco no muro. Três dias depois, um bomba foi deixada em um dos muros do Complexo do Curado, no Recife. Na ocasião, 40 presos fugiram. Um morreu e os outros foram recapturados. Em 2015, várias outras ocorrências também foram registradas.
As tentativas de fuga não são o único problema da unidade. Na última quarta-feira (25) ficou definido que juízes da Corte Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA) visitarão o Recife no dia 8 de junho para acompanhar in loco as ações desenvolvidas pelo governo de Pernambuco para solucionar os problemas no complexo. Desde 2011, um grupo liderado pela Pastoral Carcerária do Estado vem denunciando uma série de irregularidades na unidade, que envolvem danos à integridade física dos presos, problemas de saúde por falta de cuidados médicos e falta de segurança para os agentes, entre outras.
Fonte: G1
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