Prédios públicos de ao menos dez capitais estão ocupados ou são alvos de protesto de manifestantes contrários à extinção do Ministério da Cultura, incorporado à pasta de
Educação pelo governo interino de Michel Temer.
As sedes da Funarte (Fundação Nacional de Artes) em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte estão tomadas por ativistas acampados.
Na capital paulista, o ato começou na terça (17) e foi organizado por membros de movimentos culturais e militantes ligados ao PT. No Rio, há cerca de 50 pessoas acampadas desde segunda (16) no Palácio Gustavo Capanema. Em Belo Horizonte, o acampamento na sede da Funarte começou no domingo (15).
"Estamos discutindo a criação de um 'Ministério da Cultura paralelo', que vai propor suas próprias pautas", diz o cantor Makely Ka, organizador do protesto na capital mineira.
Em Curitiba, a ocupação do prédio do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) ocorreu já na sexta (13). Artistas e integrantes de movimentos culturais revezam-se no local e oferecem oficinas de bordado e artesanato. Pelas redes sociais, os participantes pedem doação de colchonetes e água.
Em Salvador, um grupo de artistas, estudantes e membros de coletivos culturais ocupa desde as 11h de terça a sede da Fundação Palmares, no Pelourinho, onde funciona a representação regional do MinC. Em carta aberta à sociedade, os manifestantes dizem que a ocupação pretende demonstrar uma "insatisfação generalizada" com o governo do presidente interino. Afirmam ainda que não veem legitimidade na posse de Temer, nem na extinção e fusão de ministérios.
Há ocupação em Fortaleza, onde a Frente Nacional de Teatro tomou a sede do Iphan. O grupo diz que a extinção e o controle da cultura é "característica dos regimes ditatoriais".
Em Aracaju, um número não confirmado de integrantes do Diretório Central do Estudante ocupou na terça a sede do Iphan contra Michel Temer. De acordo com o órgão, também houve protestos em Recife, João Pessoa e Natal.
CONVOCAÇÃO
A Comissão de Educação do Senado aprovou na terça a convocação do ministro Mendonça Filho (Educação e Cultura) para que ele explique ao colegiado como a pasta manterá os programas e projetos da área cultural após a extinção do MinC. Não há data para a audiência pública.
Fonte: Folha de São Paulo
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