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sábado, maio 28, 2016

Líder do Brasileiro não tem CT nem 10% do orçamento dos grandes

http://cidadenewsitau.blogspot.com.br/De quase falido na década passada a líder do Campeonato Brasileiro deste ano. Nem mesmo os torcedores mais otimistas do Santa Cruz imaginavam um cenário tão
positivo dentro de campo para o clube que disputou a série D do Nacional há cinco anos.

Se muitos estão surpreendidos com a campanha da equipe pernambucana, o presidente do clube, Alírio Moraes de Melo, não.

No começo de seu mandato, em março de 2015, o dirigente anunciou suas metas: boa colocação no Estadual daquele ano e acesso à série A do Brasileiro. Em 2016, faturar o título inédito da Copa do Nordeste e o Campeonato Pernambucano.

As promessas ousadas lhe renderam o apelido de "Delírio" entre os torcedores.

"A brincadeira do delírio até nos estimulou para que seguíssemos além de onde as pessoas, os críticos, enxergavam", afirmou Alírio à Folha.

Com uma receita de R$15 milhões, muito distante dos R$363 milhões do Cruzeiro, clube que mais arrecadou em 2015, venceu o título do Pernambucano e conseguiu acesso para a primeira divisão do campeonato nacional com a vice-liderança do torneio. Já 2016 começou de forma perfeita: campeão pela primeira vez da Copa do Nordeste, o bi-campeonato do Estadual e a liderança por duas rodadas seguidas no Brasileiro.

Para se ter uma ideia da disparidade, Fluminense, Vasco, Grêmio, Atlético-MG, Inter, Corinthians, São Paulo, Palmeiras e Flamengo tiveram receitas superiores a R$150 mi.

Com o retorno à elite do futebol, o caixa consecutivamente aumentou. A perspectiva do clube é que o orçamento desse ano seja de aproximadamente R$ 40 milhões, entre cotas de TV, bilheteria, programa de sócios e patrocinadores.

O valor ainda é irrisório perto dos grandes clubes brasileiros. O Corinthians, por exemplo, recebeu só de direitos de TV R$ 141mi. A diferença é reconhecida pelo dirigente, que mantém a cautela em relação ao momento vivido.

"A liderança atual não nos ilude, pois sabemos das dificuldades naturais do campeonato e temos consciência também das nossas limitações financeiras frente aos grandes clubes do futebol nacional. A questão financeira é ainda o grande adversário a ser vencido", diz o dirigente.

De acordo com o presidente, quando ele assumiu a gestão do Santa Cruz o clube 'apresentava um passivo superior a R$ 100 milhões, sendo R$ 50 milhões na Justiça do trabalho, R$ 35 milhões de passivo tributário, incluindo INSS e FGTS, e R$ 15 milhões na justiça comum'.

"Hoje, passados um ano e meio de gestão, estamos com os débitos parcelados na Justiça do Trabalho e, no caso do passivo tributário, incluidos no regime especial de pagamento do Profut. Nossa expectativa é que nos próximos seis anos baixe muito o estoque de débitos", disse.

PASSADO OBSCURO

O passado recente do clube não foi nada animador. De 2005 até 2011, o Santa Cruz viveu os piores momentos de sua história. Foram três rebaixamentos consecutivos e o fundo do poço quando teve que jogar a série D, a última divisão do futebol brasileiro, por três anos seguidos – 2009, 2010 e 2011.

O acesso, em 2011, contou muito com a força das arquibancadas. Considerada a "torcida do povo", em Pernambuco, o time foi empurrado na campanha que teve a maior média de público do Brasil naquele ano: 36.916 mil pessoas por partida. A marca deixou para trás o Corinthians, campeão da série A, que levou 29.424 torcedores em média na disputa da competição.

Mesmo com a presença do atacante Grafite, artilheiro do Campeonato Brasileiro e uma das sensações do torneio, os torcedores não comparecem em peso no Arruda. A média do Santa neste ano é de 12.920 torcedores.

DERROTA

Junto com as metas feitas no início do mandato, Alírio também prometeu um Centro de Treinamento. O projeto, porém, ainda não saiu do papel. Com isso, o time treina no próprio estádio do Arruda, o que por vezes deixa o gramado em péssimas condições para os jogos.

PRÓXIMOS PASSOS

Com sete pontos na tabela de classificação e a liderança garantida na terceira rodada, o Santa Cruz volta a campo neste sábado (28) diante da Chapecoense, em Santa Catarina, pelo quarto jogo do Campeonato Brasileiro.

Brincadeiras como o "Leicester do Sertão" já rolam nas redes sociais, mas o presidente desta vez prefere não "delirar" e sabe bem o que quer na competição mais difícil do país.

"As perspectivas são as mesmas: de se fazer uma excelente campanha na Série A com o Santa estando sempre entre os 10 primeiros colocados", cravou. "Em verdade, nossos pés nunca saíram do chão", finalizou.

Fonte: Folha de São Paulo

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