O narcotraficante Joaquin "El Chapo" Guzmán foi transferido, no sábado, para a cadeia Cefereso No. 9, próxima à fronteira com os Estados Unidos. A prisão é
classificada como a que oferece as piores condições de vida para os detentos.
Contudo, a cadeia, localizada em Ciudad Juárez, é considerada boa no quesito "condições de governabilidade" —uma provável indicação de que as autoridades acreditam que, ali, podem controlar o ambiente de "El Chapo" e evitar uma terceira fuga.
Em 2015, a Comissão Nacional de Direitos Humanos avaliou as condições das cadeias mexicanas com notas de 0 a 10. A Cefereso No. 9 recebeu 6,63 pontos, a nota mais baixa entre as 21 prisões federais do país. A cadeia que antes abrigava "El Chapo", Altiplano (próxima à Cidade do México), teve nota 7,32 e ficou em 10º lugar no ranking.
De acordo com o relatório, a Cefereso No. 9 tem nota baixa por não garantir uma estadia "digna" e pelo tratamento insatisfatório com detentos que têm necessidades especiais. O local também é superlotado: tem capacidade para 848 presos, mas abriga 1.012.
Altiplano era considerada a prisão mais segura do México, mas, em 2015, "El Chapo" conseguiu escapar por um túnel sofisticado, com 1,5 km de comprimento. Ele foi recapturado em janeiro deste ano.
César Duarte, governador de Chihuahua, onde Ciudad Juárez é localizada, afirmou durante um pronunciamento que a transferência de "El Chapo" não representa risco algum ao Estado.
"Decidimos trazê-lo para cá porque não há como fugir", disse. "Se o tiraram de Altiplano e o trouxeram para cá é porque a nossa prisão tem mais condições do que Altiplano. Portanto, não há risco de fuga".
A transferência de "El Chapo", chefe do cartel de Sinaloa, foi feita de surpresa no sábado. O narcotraficante tenta evitar a sua extradição para os Estados Unidos —ele é acusado por advogados de sete diferentes cidades norte-americanas, como Nova York, Miami e Chicago. A mudança para uma cadeia próxima à fronteira, contudo, não indica a possível extradição, segundo afirmaram as autoridades mexicanas.
Fonte: Folha de São Paulo
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