Postos de vacinação de todo o país abriram neste sábado (30) para o chamado "Dia D” de vacinação contra a gripe. A ação, parceria do Ministério da Saúde com os estados
e municípios tem como objetivo imunizar quase 50 milhões de pessoas até 20 de maio.
Porém, durante todo o dia, houve relatos de pelo menos oito estados (AP, BA, ES, MT, MS, RJ, RS e SP) de que algumas cidades ficaram sem vacinas. O Ministério da Saúde informou que distribui as 54 milhões de doses - número superior ao público-alvo da vacinação - desde o dia 1° de abril.
No balanço mais recente, de sexta-feira (29), 71% do total já havia sido repassado para os estados, o que permitiu a alguns municípios antecipar a vacinação. O Ministério da Saúde afirmou, porém, que o balanço de vacinação do "Dia D", só será divulgado no final da próxima semana.
Falta de vacinas
A quantidade insuficiente de doses da vacina fez os municípios de Alagoas optarem por não participar do ‘Dia D’. Apenas Delmiro Gouveia está mobilizado. Em Maceió, só os postos temporários colocados nos supermercados e shoppings participam da mobilização.
Na Bahia, no entanto, ao menos 21 cidades estão fora da iniciativa por conta do baixo estoque de doses. Entre esses municípios estão Salvador, Vitória da Conquista, Feira de Santana e Jequié.
Em Macapá, no Amapá, a campanha de vacinação também está suspensa por falta de vacinas e permanece sem prazo para normalização da campanha de imunização.
Em Mato Grosso, postos de saúde de Rondonópolis e Tangará da Serra tiveram de suspender a vacinação por falta de doses nesta manhã.
Em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, houve relatos de tumulto, filas e até falta de vacinas. Uma das unidades de saúde fechou as portas às 8h, por falta de doses.
No Rio Grande do Sul, as doses da vacina também acabaram em alguns postos de Pelotas e Rio Grande ainda no período da manhã. A Prefeitura de Porto Alegre manterá 142 unidades de saúde abertas para a campanha de vacinação.
No Rio de Janeiro, moradores de Valença contaram que faltou vacina em várias unidades de saúde. Na capital do estado, a Secretaria Municipal de Saúde disponibiliza mais de 550 postos de vacinação, entre pontos fixos e itinerantes.
Em Colatina, no Espírito Santo, uma unidade de saúde fechou ao meio dia, por falta de facinas. Segundo a Secretaria de Saúde do estado, só foram enviadas 74% da cota das vacinas para o Espírito Santo.
A cidade mineira de Juiz de Fora teve que remanejar a população entre os postos de saúde, já que, em algumas unidades, as doses se esgotaram.
Em São Paulo, várias cidades tiveram as doses esgotadas. Em Piracicaba, a vacinação durou menos de oito horas. Foram enviadas 32 mil doses para a cidade nesta primeira etapa, que começou neste sábado. A imunização foi suspensa até a próxima quarta-feira (4).
Em Marília e Botucatu (SP), a vacinação foi suspensa ao meio dia, enquanto em Bauru, o término do "Dia D" aconteceu uma hora antes do previsto, sempre por falta de vacinas.
Quem deve tomar?
Devem tomar a vacina os grupos prioritários, recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS): pessoas a partir de 60 anos, crianças de seis meses a menores de cinco anos, trabalhadores de saúde, povos indígenas, gestantes, puérperas (até 45 dias após o parto) e os funcionários do sistema prisional. As pessoas portadoras de doenças crônicas não transmissíveis também devem procurar os postos de saúde.
O Ministério da Saúde informou que disponibilizou às secretarias estaduais de saúde, até esta sexta-feira (29), mais de 38 milhões de doses da vacina. Foram adquiridas pelo governo 54 milhões de doses para a campanha de vacinação deste ano.
No Distrito Federal, a Secretaria de Saúde espera que 110 mil pessoas procurem atendimento neste sábado. Cerca de 610 mil pessoas devem ser vacina ao longo da campanha. No Hospital Regional da Asa Norte (Hran), foi criado um serviço de “drive thru” para que pacientes com dificuldade de locomoção para que eles possam se imunizar sem sair do carro.
Vacina segura
A coordenadora do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Carla Domingues, orientou a população a se informar nas unidades básicas de saúde nas secretarias municipais sobre a campanha. Segundo ela, como 22 estados já adiantaram as campanhas de vacinação, em algumas regiões as autoridades podem não considerar necessária a abertura dos postos neste sábado.
A vacina contra gripe é considerada segura e reduz as complicações que podem produzir casos graves da doença, como internações ou mortes. Estudos demonstram que a vacinação pode reduzir entre 32% a 45% o número de hospitalizações por pneumonias e de 39% a 75% a mortalidade por complicações, segundo o Ministério da Saúde.
Segundo Carla Domingues, esta vacina não provoca gripe. O que pode ocorrer é que a pessoa, ao receber a vacina, coincidentemente, pode ter sido acometida por outros tipos de vírus em circulação e que não estão incluídos na vacina.
Fonte: G1
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