Os deputados que compõem a bancada do PP na Câmara anunciaram na noite desta terça-feira (12) o apoio ao impeachment
de Dilma Rousseff e o consequente desembarque do partido da base aliada do governo federal. O anúncio foi feito menos de 24 horas depois da aprovação de parecer a favor da abertura do processo de afastamento da presidente.
Em uma reunião que durou duas horas, a maioria dos deputados decidiu que o PP vai orientar seus integrantes para que votem pelo impedimento no plenário da Casa, com a ressalva de que irá respeitar quem optar por se posicionar contra o impeachment. No encontro de hoje, 34 deputados votaram a favor do afastamento de Dilma, 9 contra e 4 ficaram indecisos.
"A bancada sai hoje unida. O partido e sua maioria ampla deliberou pelo encaminhamento no plenário do voto 'sim' no processo [de impeachment]", anunciou o líder da PP na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (BA).
"Nós temos algumas realidades locais, que obviamente serão respeitadas. É uma minoria em número de votos, mas são companheiros importantes", complementou o deputado gaúcho Jerônimo Goergen.
Entrega de cargos
Após a reunião, um grupo de deputados do PP comunicou a decisão ao presidente do partido, o senador Ciro Nogueira (PI). "É uma decisão que eu não defendia [...] mas não me cabe outra alternativa ao partido, como seu presidente, acatar a decisão. Hoje o partido solicita aos seus quadros, que pertencem hoje ao governo de Dilma Rousseff, a carta de renúncia desses membros", declarou.
Nogueira informou que pediu ao ministro Gilberto Occhi, da Integração Nacional, e ao presidente da Codevasf (Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco), Felipe Mendes, que elaborassem suas cartas de renúncia.
"Não vejo como, se o partido está tomando a atitude de romper com a presidente, nós podemos permanecer com cargos indicados pelo partido. Está tomada a decisão. Agora vamos buscar a unidade na votação de domingo", concluiu.
Aliado importante
Após a saída do PMDB do governo de Dilma Rousseff, o PP se tornou o aliado com a maior bancada na Câmara, com 47 representantes, a quarta maior da Casa. O partido vinha sendo cortejado por Dilma com a oferta de mais espaço no governo em troca de apoio contra o afastamento da presidente.
O governo chegou a oferecer ao PP o Ministério da Saúde, que tem o maior orçamento da União, e a presidência da Caixa Econômica Federal, em uma tentativa de garantir votos contra o impedimento na votação no plenário da Câmara do pedido de abertura do processo.
Apesar da investida do governo, o PP se mostrou dividido na votação de ontem na comissão especial do impeachment: três membros --Paulo Maluf (SP), Júlio Lopes (RJ) e Jerônimo Goergen-- votaram a favor do afastamento e dois --Aguinaldo Ribeiro e Roberto Britto (BA)-- foram contrários.
No último fim de semana, diversos diretórios estaduais anunciaram apoio ao impedimento de Dilma, entre eles o de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Fonte: Uol
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