A defesa do homem que manteve uma juíza refém no Fórum Butantã, Zona Oeste da capital paulista, no final de março, disse que ele é "normal". Os advogados pedirão à
Justiça que Alfredo José dos Santos seja solto para responder ao caso no qual é suspeito de tentar matar a juíza Tatiane Moreira Lima, colocar fogo no prédio e resistir à prisão.
O fato ganhou repercussão após vídeos gravados pelo agressor e por policiais mostrarem Alfredo ameaçando atear fogo. O agressor exigia que ela dissesse que ele não é louco, mas inocente e que chamassem a TV. O homem é réu em um processo de violência doméstica contra a ex-mulher e disputa a guarda do filho.
As imagens feitas dentro da Vara de Violência Doméstica do Fórum do Butantã, foram compartilhadas pelo aplicativo WhatsApp.
O advogado Marcello Primo Muccio e Damilton Lima de Oliveira Filho pretendem ingressar nesta sexta-feira (8) com um habeas corpus no Tribunal de Justiça (TJ). Desembargadores irão analisar o pedido.
“Alfredo é uma pessoa normal”, disse ao G1 o advogado Marcello, contradizendo a juíza Tatiane, que o chamou de "maluco". “Ele foi tomado por violenta emoção e tem o direito de responder em liberdade”.
"Não vou deixar que um maluco impeça que eu faça meu trabalho que eu amo tanto", havia dito a magistrada num dos áudios que enviou a grupos de amigos juízes no WhatsApp. A mensagem de voz foi gravada após a Polícia Militar (PM) ter prendido Alfredo e libertado Tatiane, que foi mantida refém na sua sala dentro do fórum por quase meia hora, no dia 30 de março
Alfredo havia sido chamado ao fórum para uma audiência com a juíza Tatiane. Mas ele chegou antes do horário. Entrou correndo no local, com uma mochila repleta de garrafas com líquido inflamável, passando pela segurança.
Em seguida, despejou o líquido e ateou fogo numa escada, impedindo um vigilante armado de alcança-lo. O segurança ainda atirou, mas o disparo atingiu a parede. Sem ser barrado, Alfredo correu até o gabinete da juíza, a agarrou pelo pescoço e despejou um produto químico nela e nele. Com um isqueiro, pretendia colocar fogo nos dois, segundo o BO.
Policiais que detiveram o vendedor disseram que ele estava transtornado, com sinais claros de problemas psiquiátricos porque queria matar a juíza, se suicidar e explodir o prédio. Apesar disso, o advogado não pretende pedir exame de incidente de insanidade mental para seu cliente. “Ele não teve surto ou problema psicológico”, disse Marcello, rebatendo os agentes.
Segundo policiais do 51º Distrito Policial (DP), Butantã, onde o caso foi registrado, Alfredo relatou que queria chamar a atenção da imprensa para o caso dele, que temia perder a guarda do filho por ter sido acusado de agredir a ex-mulher.
A juíza Tatiane também foi ouvida pelos policiais quando foi levada ao Hospital Albert Einstein. A mulher teve ferimentos e cortes no corpo por causa de uma garrafa de vidro quebrada pelo agressor com um líquido inflamável dentro.
Por causa do incidente, o fórum ficou fechado para o público por dois dias. Todas as audiências agendadas foram canceladas e serão remarcadas. De acordo com TJ, se forem constatadas falhas na segurança, "medidas corretivas serão tomadas de imediato".
Alfredo está preso no Centro de Detenção Provisória (CDP) 3 de Pinheiros, na Zona Oeste da capital paulista.
Fonte: G1
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