A Anistia Internacional aponta o Brasil como um dos países em que mais se mata no mundo. Essa violência faz com que 72% dos
brasileiros compartilhem o medo de morrer assassinados.
Fortaleza (CE)
Ao longo dos últimos 10 anos, o Profissão Repórter testemunhou o crescimento da violência no Nordeste.
Fortaleza tem a maior taxa de crimes de morte no Brasil. São 77 por 100 mil habitantes, mais do que o dobro da média das demais capitais, que é de 33 por 100 mil. A capital cearense é a 12ª cidade mais violenta do mundo.
Em novembro 2015, a chacina de Messejana deixou 11 mortos e foi a maior da história de Fortaleza. Segundo testemunhas, o crime foi cometido por policiais. Quatro meses depois dos assassinatos, sem nenhum suspeito preso, parentes e amigos das vítimas criaram um movimento para lutar por justiça.
A sogra de uma das vítimas testemunhou na polícia o que viveu na noite de 12 de novembro de 2015. “Era meia noite quando os policiais invadiram. Eram muitos, muitos. Usavam fardas da polícia, o rosto coberto”, conta ela.
Com o fim das investigações, 38 policiais militares foram indiciados por participar da chacina de Messejana. O inquérito foi concluído esta semana e encaminhado ao Ministério Público do Ceará.
Foz do Iguaçu (PR)
Foz do Iguaçu, na fronteira do Brasil com o Paraguai, já foi a líder do ranking de homicídios na adolescência, mas ações de combate ao tráfico e o crescimento do turismo local têm mudado esse quadro.
Em 2014, Foz do Iguaçu registrou o menor índice de assassinatos em 25 anos. No ranking de morte de jovens, a cidade deixou de ser a mais violenta e passou para a 16ª posição.
O envolvimento dos jovens com o contrabando e o tráfico de drogas é a principal preocupação das autoridades em Foz do Iguaçu. Só no último ano a polícia registrou a apreensão de cerca de 500 armas.
Entre as vítimas da violência na cidade está o jovem Júlio Cesar Sanches, assassinado em 2009 durante uma briga com um vizinho, procurado pela polícia por outro assassinato. O suspeito é Samuel dos Santos. Sua prisão foi decretada, mas o processo na Justiça não andou desde 2009. O mandado de prisão continua pendente.
Osaco e Barueri (SP)
Depois de oito meses, a investigação da chacina de agosto de 2015 em Osasco e Barueri ainda não acabou. Vinte e três pessoas morreram. Até agora, três policiais militares e um guarda civil estão presos, acusados de vingar a morte de dois colegas.
Em um bar de Barueri aconteceu um dos ataques. Câmeras de segurança registraram a chegada de homens armados e encapuzados, que rendem os clientes e executam dois deles.
Os parentes das vítimas reclamam da falta de apoio do estado e buscam por justiça. O primeiro encontro entre as famílias e representantes do governo aconteceu somente sete meses depois dos assassinatos. Na Defensoria Pública de Osasco, eles foram cadastrados em programas sociais do estado e levaram documentos para entrar com os pedidos de indenização. O processo pode durar anos e não há previsão para a conclusão das investigações.
Fonte: Profissão Repórter
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