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segunda-feira, abril 18, 2016

Equador declara estado de exceção após terremoto matar ao menos 272

Homem diante de prédio destruído em Guaiaquil após forte terremoto atingir o Equador Pelo menos 272 pessoas morreram e 2.068 ficaram feridas devido ao terremoto de magnitude 7,8 que atingiu o litoral do Equador na noite de sábado (16), segundo o
presidente do país, Rafael Correa. Foi o maior abalo sísmico a atingir o país sul-americano desde 1979.

Segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos, o principal tremor ocorreu no mar, a 22 km de Muisne (a 394 km da capital Quito), na província de Esmeraldas, às 18h58 locais (20h58 em Brasília), a 19,2 km de profundidade. O alerta de tsunami decorrente foi suspenso três horas depois.

Dolores Ochoa/Associated Press
Mulher chora diante de casa destruída pelo terremoto no Equador na cidade de Pedernales
Mulher chora diante de casa destruída pelo terremoto no Equador na cidade de Pedernales

O terremoto causou destruição nas províncias de Esmeraldas, Santa Elena, Manabí, Los Rios e Guayas, que inclui a maior cidade do país, Guayaquil. Houve danos menores em Quito, a 2.800 m de altitude, mas sem vítimas.

A mais afetada foi a cidade turística de Pedernales, onde 80% das construções e da infraestrutura foram destruídas. De acordo com o ministro do Interior, José Serrano, 150 pessoas ainda estão soterradas pelos escombros.

Devido ao abalo sísmico, o presidente Correa decretou estado de exceção em todo o país "para garantir a ordem pública". Ele, que estava em Roma em meio a uma turnê na Europa, está voltando neste domingo (17).

Juan Cevallos/AFP
Prédio comercial é destruído em Portoviejo depois do terremoto de magnitude 7,8 na noite de sábado
Prédio comercial é destruído em Portoviejo depois do terremoto de magnitude 7,8 na noite de sábado

"A prioridade é resgatar as pessoas dos escombros. Tudo pode ser reconstruído, mas vidas não podem ser recuperadas, e isto é o que mais nos machuca", escreveu em sua conta no Twitter antes de deixar a capital italiana.

Com a ausência de Correa, o vice-presidente Jorge Glas foi a Pedernales e às cidades de Portoviejo e Manta, cujo aeroporto teve a torre de controle e o terminal destruídos. A pista, no entanto, voltou a receber aviões pela tarde. Os demais aeroportos do país estão funcionando.

Segundo Glas, houve 189 réplicas desde o primeiro tremor, a maioria perto do epicentro. O governo liberou US$ 600 milhões (R$ 2,1 bilhões) para a reconstrução.

RESGATE

Nas ruas de Pedernales, moradores usavam ferramentas e veículos como tratores para remover escombros em busca de desaparecidos.

Muitos passaram a noite nas ruas com medo de novos desabamentos. "Foi horrível, parecia que desabava como um castelo de cartas. Orei de joelhos para pedir a Deus que me protegesse", disse à agência de notícias Reuters Galo Valle, 56, vigia de um prédio comercial que ruiu.

Houve saques a lojas e mercados. Em Portoviejo, cerca de cem detentos fugiram de uma cadeia durante o tremor.

Ronald Cedeño/XinhuaVoluntários tentam tirar mulher de carro esmagado por um viaduto de Guayaquil, que caiu em terremotoVoluntários tentam tirar mulher de carro esmagado por um viaduto de Guayaquil, que caiu em terremoto


Aproximadamente 14,5 mil policiais e soldados foram mobilizados para manter a ordem na região. Funcionários da Cruz Vermelha e bombeiros foram para Manta.

Além da ajuda interna, os governos de Estados Unidos, Venezuela, Espanha, Chile, México, Panamá, Costa Rica e El Salvador ofereceram agentes e recursos para ajudar na busca por desaparecidos.

O Ministério das Relações Exteriores brasileiro manifestou consternação com o terremoto e solidarizou-se com as famílias das vítimas. O papa Francisco dedicou orações aos equatorianos.

Dolores Ochoa/Associated Press
Voluntários retiram corpo sob os escombros de prédio em Pedernales após o terremoto no Equador
Voluntários retiram corpo sob os escombros de prédio em Pedernales após o terremoto no Equador

O terremoto no Equador aconteceu horas após fortes abalos sísmicos atingirem o Japão –o último, de magnitude 7– que deixaram 41 mortos e 1.500 feridos na ilha de Kyushu, no sul do país, na madrugada de sábado.

Ambos estão no Círculo de Fogo do Pacífico, região de encontro de placas tectônicas e forte atividade sísmica. Mas, segundo o Serviço Geológico dos EUA, é pouco provável que os tremores estejam relacionados.

Fonte: Folha de São Paulo

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