quinta-feira, abril 07, 2016

Chegada de vacinas contra H1N1 gera confusão em clínicas no Recife

Clínicas privadas lotadas para vacinação contra a gripe H1N1 (Foto: Reprodução/TV Globo)Empurra-empurra, bate-boca e longas filas de espera marcaram a procura por vacinas contra a gripe H1N1 em clínicas particulares do Recife, nesta quarta-feira (6). A
vacinação contra a gripe na rede pública vai acontecer apenas a partir do dia 30 de abril, mas é destinada a um grupo prioritário. Com isso, a população buscou as clínicas particulares para adiantar a imunização.
 O advogado Cristiano Gouveia presenciou confusão em uma clínica particular no bairro do Espinheiro, Zona Norte do Recife, onde foi buscar vacina. Segundo ele, a falta de organização da fila foi o motivo do tumulto. "Está desde cedo com tumulto, briga, até polícia. Fizeram uma desorganização grande na fila e foi chegando muita gente. Como eles só tinham 300 doses, muitos não conseguiram ficha para atendimento", explicou o advogado.
Gouveia chegou às 13h para tentar se vacinar, mas não fazia ideia de que horas conseguiria ir embora. "Só consegui pegar a ficha às 16h e estão chamando o número 71 - o meu é o 203", completou ele, por volta das 17h.
O funcionário público Ciro Sampaio passava em frente à mesma clínica quando ouviu as pessoas do lado de fora solicitando apoio da polícia, aos gritos. "Tinha um tumulto, eu passei de carro e o pessoal gritava 'chama a polícia!'. Muita gente mesmo", contou. Na terça (5), Ciro foi ao local para saber o preço da vacina e, como estava em falta, o lugar estava tranquilo.
Desde o final de março, as clínicas da capital registram uma grande procura pela vacina da gripe. Apesar disso, o médico Drauzio Varella alerta que nem todo mundo precisa tomar a vacina. "Se você tem boa saúde, não está grávida, nem sofre de doenças crônicas que debilitam a imunidade, gripe a gente trata seguindo os conselhos da vovó. Repouso e canja de galinha. Em gente jovem, com a saúde em dia, o H1N1 é mais uma gripe", apontou o médico.
A psicopedagoga Maria Rosa Casás, 65, chegou em outra clínica em um shopping do Recife às 7h e tomou a vacina por volta das 13h. "Eu cheguei umas 7h e já tinha gente, uma moça tinha chegado às 5h30. O pessoal da clínica fez uma lista por ordem de chegada para a gente voltar à tarde para pegar a senha e a vacina ainda não tinha chegado na unidade. Quando fui tomar, às 13h, as pessoas que já estavam lá começaram um tumulto, muita confusão. Gente furando fila, gente deitada no chão esperando, tiveram que botar cavaletes e os seguranças do shopping entraram na clínica. As funcionárias estavam bem atordoadas, estava uma loucura", relatou Maria Rosa.
A vacina está custando, hoje, entre R$ 110 e R$ 160 na rede privada do Grande Recife. Em outra clínica, em Boa Viagem, Zona Sul da capital pernambucana, o dentista Eraldo Oliveira escutou que o preço tinha sido aumentado, o que causou empurra-empurra na fila. "Teve empurrão de fila, tinham umas 200 pessoas. Quando o pessoal estava aguardando e ouviu esse boato, teve uma agitação, mas nada que tenha saído do controle", detalhou o dentista, que trabalha próximo ao local.

Clínicas com grande movimentação no Recife (Foto: Renato Torres/Divulgação)Clínicas com grande movimentação no Recife (Foto: Renato Torres/Arquivo pessoal)

Outras clínicas, inclusive, ainda nem abriram para a vacinação, mas já tiveram seus pedidos esgotados com o lote sendo vendido antecipadamente. Até pacote de desconto para grupos é feito: a individual sai por R$ 95.
Na rede pública de Pernambuco, a campanha, que é gratuita, começa no dia 30 deste mês, com o lote 2016. No entanto, a vacina é destinada apenas para a população mais vulnerável - grávidas, idosos com mais de 60 anos, crianças de seis meses a menos de 5 anos de idade, mulheres que tiveram bebês num período de 45 dias, pacientes com doenças crônicas, população carcerária e indígena, além de profissionais da área de saúde.
A expectativa da Secretaria de Saúde do estado é de vacinar 2 milhões de pessoas - a mesma quantidade do ano passado. De acordo com a coordenadora do programa de Imunização de Pernambuco, Catarina Melo, o início da aplicação das vacinas varia de acordo com o município.
"A partir do momento em que ela [a vacina] vai chegando, os municípios vão se organizando e já iniciando a vacinação. Agora lembrando que é só para os grupos prioritários, não é para vacinar a população toda", ratificou a coordenadora.
Até o dia 26 de março deste ano, o estado registrou 32 pacientes que contraíram a gripe H1N1, de acordo com o boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde na segunda-feira (4). São 19 confirmações a mais que o informe anterior,  divulgado no dia 28 de março.

Prevenção
Para se prevenir contra o H1N1, a coordenadora de Doenças Imunoprevisíveis da secretaria, Ana Antunes, afirma que são válidas todas as recomendações para evitar qualquer outra doença que afete o sistema respiratório. Ela lembra também que é preciso cuidar da saúde sempre, o que é fundamental para evitar o contágio.
“Evitar lugares fechados com muitas pessoas, lavar as mãos. Quando tossir, não tocar a boca. Você também tem que pensar na sua saúde como um todo, ter uma boa alimentação e ingerir muita água”, detalha.

Fonte: G1

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