Autoridades de saúde dos Estados Unidos concluíram que a infecção pelo vírus da zika em mulheres grávidas é a causa da microcefalia
e de outros distúrbios cerebrais em bebês. A conclusão vem após a revisão de diversos estudos detalhados por todo o mundo sobre o vírus.
Autoridades de saúde do Brasil, dos EUA e de todo o mundo têm afirmado há algum tempo que o vírus, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, era a causa provável do aumento de número de casos de microcefalia em áreas afetadas pela zika no Brasil. Entretanto, a doença não havia sido declarada a causa definitiva até agora.
Até a tarde desta quarta (13), a OMS (Organização Mundial da Saúde) ainda tratava como uma forte suspeita a informação de que o vírus da zika era responsável pelo nascimento de 1.113 crianças com microcefalia e outras lesões cerebrais no Brasil. O órgão ainda não comentou o anúncio norte-americano.
O estudo feito pelo CDC (Centro de Controle de Doenças, em inglês) aponta que não há uma evidência única que seja prova conclusiva de que o vírus é o responsável pelas lesões cerebrais em fetos, no entanto a avaliação cuidadosa de numerosas pesquisas foi considerada suficiente para determinar a zika como causa.
Segundo a pesquisa publicada no periódico New England Journal of Medicine, uma mulher que se infecte com zika durante a gravidez tem mais riscos de ter um bebê com microcefalia e outras graves más-formações no cérebro. Mas isso não significa que todas as mulheres infectadas com o vírus na gravidez terão bebês com esses problemas, diz o centro.
O órgão voltou a recomendar que mulheres grávidas usem preservativos em relações sexuais com parceiros que tenham sido infectados pelo vírus da zika. Ao menos 40 países já registraram a presença do vírus.
Pesquisa brasileira mostrou vírus matando neurônios
Nesta semana, foi publicada na Science uma pesquisa brasileira que mostra o vírus da zika atacando células de neurônios humanos.
O estudo, feito por pesquisadores do Rio de Janeiro e de São Paulo, mostrou que células humanas responsáveis pelo desenvolvimento do cérebro infectadas pelo vírus em laboratório tiveram seu desenvolvimento reduzido em 40%, quando comparadas a outras sem contato com o vírus.
O resultado não se repetiu quando essas células foram expostas ao vírus da dengue, houve infecção mas não a morte das estruturas.
Os cientistas da UFRJ e do Instituto D'Or de Ensino e Pesquisa agora testam medicamentos que podem inibir a destruição pelo vírus da zika das células neuronais em fetos. Pelo menos um medicamento, entre dez já testados, se mostrou promissor, segundo o neurocientista Stevens Rehen. Esse remédio já é aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e tem indicação para ser usado por grávidas.
Fonte: Uol
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