Acusada de matar jogador de rúgbi no RS é condenada a 20 anos de prisão

A Justiça condenou a 20 anos de prisão uma mulher acusada de mataro jogador de rúgbi Lucas Ricardo Maruizza, de 20 anos. O crime ocorreu em agosto do ano passado e desde lá Franciane Freitas, 18 anos, está presa no Presídio

Regional de Bento Gonçalves, na Serra do Rio Grande do Sul.

A sentença é assinada pela juíza Fernanda Ghiringhelli de Azevedo, da 1º Vara Criminal de Bento Gonçalves. Inicialmente, a magistrada tinha determinado uma pena de 22 anos, mas reduziu dois anos da condenação ao levar em conta "as circunstâncias atenuantes e agravantes".

Na decisão, a magistrada concluiu que "dúvidas inexistem acerca da autoria delitiva, tendo a ré admitido a autoria do disparo".

Procurado pelo G1, o defensor público Rafael Carrard, advogado de Franciane Freitas, disse que não teve acesso a sentença e, por isso, não iria se manifestar.

O crime ocorreu no bairro Fenavinho, local conhecido como ponto de prostituição e drogas. Imagens de câmeras mostraram a jovem andando próxima ao carro do atleta, além disso, testemunhas relataram que ela entrou no veículo para fazer um programa.

Em depoimento, Franciane admitiu ter atirado em Maruizza, mas disse que foi um disparo acidental. Para a Justiça, ela falou que o jovem se recusou a pagar o programa, alegando estar sem dinheiro. Os dois começaram a discutir e, em seguida, ela sacou um revólver calibre 38 que portava consigo para dar um "susto" nele, quando ocorreu o disparo. Ela afirmou à Justiça que não viu em que parte do corpo a bala atingiu o atleta.

Jovem tinha medo de novo estupro e por isso portava arma

Para a Justiça, Franciane disse que estava armada porque já tinha sido estuprada e tinha receio de um novo abuso. A jovem explicou que não se lembrava de ter apertado o gatilho, já que estava embriagada. "Não mirou a arma em Lucas, tendo 'simplesmente' a tirado do bolso, sem ter tido tempo de falar qualquer coisa antes que ela disparasse. Havia usado crack e bebido conhaque.", descreve a juíza na sentença.

Logo depois, ela saiu correndo do carro, levando a carteira do atleta, segundo descrição da sentença. Observou que, após tirar o dinheiro, jogou a carteira em um bueiro e largou a arma em um mato. "Usou o dinheiro que retirou da carteira do ofendido para comprar crack", observa a magistrada.

O jogador foi encaminhado para o Hospital Tacchini, onde ficou na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). Em setembro, ele havia deixado a UTI para se recuperar no quarto, mas acabou não resistindo e morreu em dezembro. Lucas foi atingido por um tiro no rosto e, na ocasião, foi internado em estado grave.

Fonte: G1