O laudo pericial realizado no local onde ocorreu a morte de Guilherme Yokoshiro, o menino de cinco anos que caiu do sexto andar de um prédio em Salvador, aponta que a
rede da janela de onde ele caiu foi cortada pela própria criança. A informação é da delegada que investiga o caso, Maria Dail, titular da 6ª delegacia de Brotas, nesta terça-feira (15).
O garoto caiu na madrugada de 24 de novembro de 2015, em um prédio do bairro de Brotas. A Central de Polícia (Centel) registrou um chamado às 3h37, informando sobre a queda da criança. Segundo Maria Dail, o pai do menino, Rafael Yokoshiro, saiu de casa por volta de 1h40 e voltou duas horas depois. Já a mãe é enfermeira e estava trabalhando quando ocorreu a queda.
De acordo com a polícia, a criança teria cortado a tela de proteção com uma tesoura. "O laudo constatou que a rede era nova, ela é resistente. A tesoura não tem extremidade pontiaguda, mas apesar disso, o laudo mostra que ela tem uma lâmina de corte eficiente. Todos os moradores do prédio disseram que o imóvel tem cerca de dois anos, outra prova além do laudo de que a rede era nova", relatou Dail.
Conforme a delegada, o laudo mostra que o peso de uma criança de cinco anos não romperia a rede, mas não foram passados deltalhes do peso do menino.
Sobre a tesoura utilizada pela criança para cortar a rede, Dail conta que o objeto foi encontrado em cima da cômoda do quarto do menino, mas que a queda ocorreu na janela do quarto dos pais.
"O local [onde ocorreu a queda] não ficou totalmente preservado e isso prejudicou a perícia. O pai pegou a criança no chão do parquinho onde ele caiu, a mãe chegou em casa com uma amiga, sendo assim, todos entraram na casa e não sabemos o que foi retirado do local. Não sabemos ainda se a criança cortou a rede, desceu da janela e colocou a tesoura no quarto dele, ou se no dia da queda, alguém a tirou do local", relatou a delegada.
Dail contou também que uma toalha usada pela criança foi encontrada ao lado da janela onde ocorreu a queda. "A criança gostava de histórias de super-heróis e ao usar a toalha que tinha um capuz, ele dizia: 'Vou voar'", relatou.
O laudo apontou ainda que o resíduo da rede cortada também foi encontrada no chão do prédio. Maria Dail informou que esse caso já está sendo encerrado e que faltam apenas os testes toxicológicos do pai e de Guilherme Yokoshiro.
Criança estava sozinha
O pai de Guillherme Yokshiro, Rafael Yokoshiro, chegou a relatar em depoimento, em dezembro do ano passado que havia saído de casa e deixado o menino sozinho no apartamento.
A delegada Maria Dail, apontou a situação como abandono de incapaz e disse que Rafael assumiu ter saído algumas vezes e ter deixado o filho sozinho no apartamento. O porteiro do prédio também disse em depoimento que o pai do garoto já tinha saído outras vezes durante a madrugada.
De acordo com Dail, Rafael Yokoshiro não detalhou no depoimento o motivo pelo qual teria saído de casa. Também não contou a versão de que teria saído de casa em busca de atendimento médico por conta de dores na perna, versão que ele relatou para familiares.
Depoimento da mãe
A mãe de Guilherme disse em depoimento à polícia, no dia 25 de novembro do ano passado, que não culpa o marido pela morte do filho.
De acordo com a delegada Maria Dail Rodrigues, Carla Verena, entretanto, disse ter ficado surpresa pelo fato do marido ter deixado o filho sozinho em casa, na hora do acidente.
O tio de Guilherme Yokoshiro disse durante o enterro do garoto, no dia 24 de novembro, que o pai deixou a criança sozinha em casa porque decidiu sair à procura de atendimento médico.
A criança foi enterrada no cemitério Jardim da Saudade, no bairro de Brotas, em Salvador.
Fonte: G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua opinião é muito importante para nós, comente essa matéria!