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quarta-feira, março 30, 2016

Cerca de 70% do efetivo da PM tem nível superior e média de 30 anos no RN

Foto:ALberto Leandro/PortalNoarCasado, em média 30 anos de idade e com nível superior – cerca de 70% – esse é o perfil do policial militar no Rio Grande do Norte. O estado possui um efetivo de 8.500
policiais, desses, cerca de 3.500 se concentram na região metropolitana.

“A corporação é excessivamente masculina. Historicamente sempre foi uma função ocupada pelos homens”, relata o coordenador de comunicação da Polícia Miliar, coronel Castelo Branco.

Em menos de dois anos, mais de 3.000 policiais já foram promovidos. “Tem acontecido uma valorização nesses últimos meses, coisa que não acontecia há anos. Nós temos três datas de promoções: abril, agosto e dezembro”, detalha o coordenador.

No total, 450 PMs estão afastados por problemas psiquiátricos ou de saúde. “É uma porcentagem que faz uma diferença. Se tivéssemos esses homens o resultado seria outro, mas não podemos discutir problemas de saúde”, salienta.

Coronel Castelo Branco é policial há 23 anos. O oficial já passou por batalhões, coordenação de penitenciária e hoje atua no setor de comunicação da PM. “A Polícia Militar é mais do que um serviço, é uma dedicação. Se o cidadão vem pra cá apenas para adquirir um emprego ele vai se decepcionar. Você vai se sacrificar horas de lazer com sua família para prestar um serviço à sociedade”, lembra.

Soldado Mendes, 34 anos, trabalha há quase 10 anos na corporação. Ele passou em quatro concursos, mas escolheu um sonho antigo: Polícia Militar. “Se você entrar na polícia pensando no salário ou em ser efetivo, certamente vai se decepcionar. Pretendo ficar aqui até me aposentar, sempre quis”, disse.

Prestes a ser pai, o soldado destaca que a profissão não é fácil, mas ressalta que vale a pena. “A dificuldade é o dia a dia. Não é uma missão muito fácil, é árdua, porém prazerosa. No momento em que uma pessoa está precisando você é padre, psicólogo, é tudo. E é nas coisas simples que nos satisfazemos”.

Foto:ALberto Leandro/PortalNoar
Cabo Virgínia fala sobre jornada de policial e mãe (Foto:ALberto Leandro/PortalNoar)

Pouca participação feminina

A participação feminina ainda é pequena, a corporação conta com 350 mulheres, um número que representa 4% do total. Cabo Virgínia cresceu sobre influência militar. Apesar de ter a mãe sempre servindo em um hospital do exército, foi por outro motivo que ela escolheu ser PM.

“Nem sabia que tinha mulher na policia, quando entrei foi mais pelo fato de ser uma função pública, mas com o tempo fui me apaixonando pela profissão”, conta.

Hoje, a mãe e policial, se reveza para se dedicar à dupla função, como ela mesma diz. “Trabalho aqui e em casa”, diz sorrindo. Questionada sobre o que a motiva a ser policial ela diz: “Os pequenos gestos de agradecimento é o que mais nos chama atenção”, e complementa: “Assim como a falta de compreensão é uma das maiores dificuldades”.

Acerca das barreiras enfrentadas na profissão, ela destacou a violência crescente na cidade. “A violência cresceu muito e em maioria moramos em bairros de periferia, então nos tornamos alvos e isso independe de sexo”, explica.

A falta de informatização também é uma dificuldade. “Investir em capacitação e em banco de dados seria essencial. Se tivéssemos isso seria mais fácil, a melhoria tecnológica facilitaria o trabalho”, acrescenta.

Foto:ALberto Leandro/PortalNoar
Coronel Castelo Branco fala da expectativa de concurso (Foto:ALberto Leandro/PortalNoar)

Novo concurso

Com uma vacância de 3.500 policiais, a expectativa do órgão é que o edital de um novo concurso público saia ainda esse ano. “Esperamos que saia até junho. Estimamos 2.600 vagas, pois desde 2010 que não temos concurso. Mesmo o estado em limite prudencial, existe essa possibilidade por causa dessas vagas disponíveis”, explica o coronel Castelo Branco.

Fonte: Portal Noar

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