Um pedaço do teto do saguão principal da entrada de torcedores no setor oeste da Arena Corinthians, que dá acesso aos setores vip do estádio, desabou na
última quinta-feira (18).
A área danificada, segundo apuração da reportagem, é de pelo menos 50 metros quadrados. O material que cedeu era de gesso e madeira, pesando no mínimo meia tonelada (500 kg).
Ninguém estava no local no momento do acidente. O estádio vai receber jogos de futebol feminino e masculino durante os Jogos Olímpicos, que começam daqui a 164 dias.
No mesmo dia do acidente, a Odebrecht, construtora do estádio, acionou uma empresa para que fosse ao local fazer os reparos. Segundo a empreiteira, o incidente não impede a realização de jogos na arena. A equipe recebe o Oeste, no sábado (27, pelo Campeonato Paulista.
De acordo com informações passadas pela empresa responsável pelos reparos, a parte que desabou terá de ser reconstruída. Funcionários trabalham no local.
Ao menos cinco empresas passaram pela arena para fazer esse serviço durante a construção. A Folha ouviu duas delas, que negaram responsabilidade sobre o acidente da semana passada.
Procurados pela reportagem, o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil informaram que não haviam sido acionados até a tarde desta terça-feira (23).
A arena foi entregue em 2014 pela Odebrecht ao Corinthians, para a abertura da Copa do Mundo. O custo foi de mais de R$ 1,2 bilhão.
Mesmo tendo dado as chaves para o clube, a construtora nunca terminou de fato a obra, deixando uma série de itens sem finalização.
No fim do ano passado, prometeu terminar a arena. A diretoria do Corinthians afirmou que contrataria uma auditoria para saber se houve de fato prejuízo em relação a não execução de todo o projeto e disse que poderia pedir parte do dinheiro de volta, caso o resultado fosse positivo.
O responsável pelo contrato da construção do estádio, Benedicto Júnior, está preso de forma preventiva, por determinação da Justiça nesta segunda-feira, em nova fase da operação Lava Jato, em investigações que nada tem a ver com a obra.
PREOCUPAÇÃO
A preocupação agora, ainda segundo informações apuradas com a empresa que faz o reparo neste momento, é tentar identificar a causa e a consequência do ocorrido.
Não há ainda nenhuma conclusão sobre o que provocou a queda do teto.
Nas últimas semanas, o blog do Perrone, publicado pelo UOL, empresa do Grupo Folha, que edita a Folha, informou que há infiltrações no estádio, afetando dez lanchonetes. O blog também revelou que as chuvas abriram uma série de buracos no terreno da arena.
Durante a realização das obras, dois acidentes interromperam o andamento da construção. Um foi a queda de um guindaste de 420 toneladas, em 2013, que matou dois operários; o outro foi em 2014, em uma das arquibancadas móveis utilizadas na Copa, que matou outro funcionário. .
OUTRO LADO
Procurada pela reportagem, a Odebrecht informou que "uma pequena parte do forro de gesso e madeira, com 9m x 3,5m, desprendeu-se da laje de concreto".
Disse também que "no incidente, o material caiu no piso e já foi retirado do local. O reparo está em andamento e será concluído em até 15 dias, segundo a construtora. Por precaução, a empresa que realiza os reparos –a mesma que fez o serviço inicial de instalação do forro– está reforçando a nova estrutura que suportará o forro".
Fonte: Folha de São Paulo
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