O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) anunciou na manhã desta terça-feira (23) que vai apurar o envolvimento do
deputado estadual Ricardo Motta (PROS) no esquema de fraudes descoberto no Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema) do estado. O nome do deputado foi citado durante a audiência de instrução da operação Candeeiro pelo ex-diretor do Idema, Gutson Johnson Giovany Reinaldo Bezerra.
De acordo com uma nota oficial emitida pelo órgão, o depoimento de Gutson Reinaldo, no qual o ex-diretor afirma que 60% do dinheiro desviado do Idema era entregue ao deputado, será encaminhado ao procurador-geral de Justiça, Rinaldo Reis Lima, para "adoção de providências cabíveis", diz a nota.
Ainda segundo o MP, a Promotoria de Defesa do Patrimônio Público vai instaurar uma investigação específica para "apurar a conduta criminosa do possível servidor que foi citado durante audiência de instrução e, supostamente, teria destruído provas relativas à investigação".
O Ministério Público ainda esclarece que os promotores que atuam na investigação da operação Candeeiro estão focados no fechamento do prazo para novos requerimentos ao juiz da 6ª Vara Criminal. O prazo se esgota ainda nesta terça.
Operação Candeeiro
Quatro pessoas foram presas na operação Candeeiro, deflagrada pelo Ministério Público Estadual no dia 2 de setembro de 2015. Um dos detidos foi o filho da ex-procuradora-geral da Assembleia Legislativa do RN, Rita das Mercês. Segundo o MP, Gutson Johnson Giovany Reinaldo Bezerra, ex-diretor administrativo do Idema, é o principal responsável pelo esquema, que teria desviado mais de R$ 19 milhões do órgão. A mãe dele foi presa no dia 20 de agosto na operação Dama de Espadas por suspeita de desvio de recursos públicos na AL. Ela foi solta três dias depois por força de um habeas corpus.
Os demais presos da operação Candeeiro são: Clebson Bezerril, ex-diretor financeiro do Idema; João Eduardo de Oliveira Soares, também funcionário do setor de contabilidade do órgão; e Renato Bezerra de Medeiros. O quinto mandado é contra Antônio Tavares Neto.
Foram emitidos cinco mandados de prisão temporária, 10 mandados de condução coercitiva e 27 mandados de busca e apreensão em Natal, Parnamirim, Santana do Matos e Mossoró. De acordo com o MP, os desvios dos cofres do Idema aconteceram entre os anos de 2013 e 2014. O juiz da 6ª Vara Criminal de Natal decretou ainda sequestro de bens e valores de pessoas físicas e jurídicas.
No dia 4 de outubro, a Justiça decretou a prisão preventiva de dois dos suspeitos: Gutson Johnson Giovany Reinaldo Bezerra foi levado para o quartel do Comando Geral da PM, e Renato Bezerra de Medeiros, que agia como laranja no esquema, foi para o Centro de Detenção Provisória da Ribeira.
Fonte: G1
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