A comissão de ética do São Paulo deve concluir o trabalho de investigação sobre as denúncias de corrupção contra o ex-presidente Carlos Miguel Aidar até o final deste
mês e submeter o resultado para votação no Conselho Deliberativo em março, quando o caso será concluído. O órgão também apura uma suposta agressão de Ataíde Gil Guerreiro, vice de futebol, contra o ex-mandatário.
Segundo apurou o ESPN.com.br, a comissão aguarda ouvir o depoimento de Gil Guerreiro e de seus testemunhas para finalizar a investigação.
No processo, que já tem mais 350 páginas divididas em três volumes, há laudos periciais que comprovam a veracidade da gravação feita por Gil Guerreiro em conversa com Aidar, além de cópias dos e-mails enviados pelo vice aos conselheiros com acusações contra Aidar.
O depoimento de Gil Guerreiro está agendado para a próxima quinta-feira, dia 11, às 10h, no estádio do Morumbi. As testemunhas indicadas por ele são o atual presidente do São Paulo, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, o vice-presidente do clube, Roberto Natel, o vice de Comunicação e Marketing, José Francisco Manssur, o diretor de futebol Rubens Moreno e o conselheiro José Alexandre Medicis.
É a quarta vez que Gil Guerreiro é convocado. A última chamada havia sido no dia 2 de fevereiro, quando o vice de futebol não pode comparecer por causa da viagem da delegação do São Paulo para o Peru, onde o time enfrentou o César Vallejo, em Trujullo, na estreia da Copa Libertadores, no dia 3.
Antes, ele já havia sido chamado para depor no dia 19 de janeiro, mas não pôde se apresentar. O depoimento foi antecipado para o dia 18, mas ele também não compareceu.
Já foram ouvidos o ex-CEO do São Paulo, Paulo Ricardo de Oliveira, o ex-vice-presidente do clube, Julio Casares, e Carlos Miguel Aidar.
Aidar compareceu para depor na última terça, no Morumbi, acompanhado de Douglas Schwartzmann, ex-vice de Comunicação e Marketing, e Marco Antônio Sabino, assessor de imprensa do ex-presidente, ambos na condição de testemunhas.
Todos os ouvidos até aqui estiveram presentes no dia da suposta agressão de Ataíde Gil Guerreiro a Carlos Miguel Aidar, durante reunião no restaurante do Hotel Radisson, na capital paulista, em 5 de outubro. Somente as testemunhas sugeridas pelo vice de futebol não estiveram presentes no encontro daquele dia.
O depoimento de Aidar durou pouco mais de duas horas. Foi gravado e filmado - como ocorre com todos os que estão sendo ouvidos. O ex-mandatário se defendeu das acusações de corrupção e relatou como foi a agressão sofrida, na qual teve a cartilagem de um dos dedos da mão direita ao ser alvo do vice de futebol.
As investigações iniciaram em novembro do ano passado sob o comando de Wilton Brandão Parreira Filho, o coronel Parreira, como ele é conhecido. Por motivo de saúde, no entanto, ele renunciou ao cargo em 30 de novembro. Uma nova comissão foi formada e, presidida por José Roberto Opice Blum, iniciou os trabalhos em 16 de dezembro - um dia após a nomeação pelo presidente do conselho deliberativo do clube.
PRÓXIMOS PASSOS
Após o depoimento de Ataíde Gil Guerreiro, a comissão de ética, presidida por José Roberto Opice Blum, desembargador aposentado do Tribunal de Justiça de São Paulo (entre 1973 e 1997) e vice-presidente do São Paulo entre 2006 e 2008, deve concluir o processo neste mês. Os réus terão dez dias para apresentar defesa.
Depois, será agendada uma reunião extraordinária do Conselho Deliberativo para a apresentação do resultado da investigação e a sugestão de pena da comissão de ética, que pode ser uma advertência, suspensão ou expulsão do clube.
Conselheiros que conhecem os membros da comissão de ética entendem que dificilmente Aidar e Gil Guerreiro ficarão sem punições. O primeiro pelas denúncias contra a gestão dele, já o segundo pela agressão cometiva ao então presidente.
Fonte: ESPN
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