Os dois primeiros casos de chikungunya foram confirmados em Fernando de Noronha. Os pacientes são uma dona de casa,
de 65 anos de idade, e o filho dela, um guia turístico de 30 anos. Eles são moradores da ilha e foram atendidos no Hospital São Lucas há duas semanas com os sintomas da doença. Neste sábado (13) foi confirmado o resultado positivo para chikungunya dos dois pacientes depois da análise no Laboratório Central de Pernambuco (Lacem). Outros 30 casos estão sendo investigados. “Nós recolhemos as amostras sorológicas de todos os casos suspeitos não só de chikungunya como de dengue e zika e enviamos para análise no Recife. Esses resultados positivos reforçam ainda mais a necessidade de se prevenir contra o nascimento do Aedes aegypti”, afirmou o gerente da Vigilância em Saúde de Noronha, Fernando Magalhães.
O gerente da Vigilância também informou que na próxima terça-feira (16) será instituído o Comitê Interinstitucional de Combate a Dengue, Febre Chikungunya e Zika Vírus. Devem participar do comitê representantes do Governo do Estado, Conselho Distrital, Ministério Público, Policias Civil, Militar e Federal, além da Aeronáutica, projetos Tamar, Golfinho Rotador, Instituto Chico Mendes e associações locais. “Estamos reunindo todos os esforços possíveis para o combate do mosquito transmissor na ilha”, revelou Magalhães.
Energia Nuclear
A Fiocruz Pernambuco e a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) estão trabalhando em conjunto em um teste que busca diminuir a população do mosquito Aedes aegypti, através da esterilização dos machos com radiação gama. O projeto piloto está liberando mosquitos em quatro pontos da Vila da Praia da Conceição, no arquipélago de Fernando de Noronha.
De dezembro até a primeira quinzena de fevereiro foram feitas nove liberações, cada uma com três mil machos estéreis. Esses mosquitos foram produzidos no insetário da Fiocruz e passaram pelo ainda Irradiador Gammacel, do Departamento de Energia Nuclear da UFPE (DEN/UFPE), cuja fonte radioativa é o Cobalto 60, antes da fase alada.
Os machos esterilizados com energia nuclear são soltos no meio ambiente, onde disputam com outros o acasalamento. A fêmea do mosquito costuma ficar disponível para acasalar somente uma vez em sua vida. Ao cruzar com os estéreis, elas acabam não se reproduzindo e, assim, há a diminuição da densidade populacional do Aedes.
A escolha por Noronha foi estratégica, segundo a Fiocruz. Além do isolamento da ilha, há um sistema de monitoramento do vetor que já está consolidado no local - o SMCP-Aedes, desenvolvido pela Fiocruz PE e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). O sistema conta com 103 ovitrampas instaladas e mapeou, nos últimos três anos, os locais e os períodos do ano de maior infestação.
Em laboratório, foi observada uma redução de 70% da viabilidade dos ovos com a inserção dos novos mosquitos. Os resultados em campo ainda estão sendo avaliados pelos pesquisadores. A coordenadora do projeto, a pesquisadora da Fiocruz PE Alice Varjal, lembra que uma das dificuldades em controlar o Aedes aegypti é a existência de uma população inativa – os ovos dormentes, com potencial para produzir larvas. Eles aguardam apenas que os criadouros onde foram depositados, que estão temporariamente secos, voltem a receber a água para nascer.
Mais de 7 mil militares do Exército, Aeronáutica e Marinha percorrem, neste sábado (13), 44 municípios pernambucanos no Dia Nacional de Combate ao Aedes. A ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello, participou da ação no Recife e conversou com moradores, que relataram casos frequentes de dengue e chikungunya nas famílias durante as abordagens. No Grande Recife serão 31 bairros visitados.
Fonte: G1
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