A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) decidiu aprovar o registro de dois testes para detecção de anticorpos do vírus zika. São os primeiros exames
desse modelo a obter aprovação no Brasil –um deles capaz de detectar o vírus meses após a infecção.
A medida será publicada no "Diário Oficial da União" desta quarta-feira (3).
Até então, o Brasil só tinha disponível em laboratórios um outro tipo de diagnóstico para o zika, feito pelo método conhecido como PCR, que verifica o genoma do vírus. O teste, porém, só é eficaz durante o quadro agudo da infecção –ou seja, quando a pessoa apresenta sintomas da doença.
Segundo a Anvisa, os novos testes aprovados conseguem detectar a presença, por meio de métodos de imunoflorescência, de dois tipos de anticorpos, o IgG (imunoglobina G) e IgM (imunoglobina M), para três doenças: dengue, chikungunya e zika.
O primeiro, IgG, indica se houve uma infecção mais antiga pelo vírus. Já o IgM é produzido na fase aguda da doença.
O pedido para registro dos produtos foi feito pela Euroimmun, empresa alemã que mantém filiais em diferentes países, incluindo o Brasil.
Com a aprovação, empresas podem comercializar os testes para laboratórios, o que deve ajudar a aumentar a capacidade de diagnóstico de pessoas infectadas pelo vírus no país.
Até então, a falta de um teste que detectasse anticorpos do zika meses após a infecção era o principal impasse para confirmar a relação entre o vírus e os casos recentes de microcefalia.
Além dos dois kits de testes que detectam anticorpos do vírus zika, a agência também aprovou outro pedido de registro de um produto para diagnóstico in vitro, no método PCR. O pedido foi feito pela empresa Quibasa Química Básica.
ALTA DE CASOS
O Brasil já registra 404 casos confirmados de recém-nascidos com microcefalia, 17 deles com exames positivos para o vírus da zika, segundo boletim atualizado do Ministério da Saúde. Além destes registros, há outros 3.670 casos ainda em investigação de bebês com suspeita da má-formação.
O número de casos suspeitos e confirmados representa um aumento de 9,5% em relação ao boletim da última semana, quando havia 3.448 casos suspeitos e 270 confirmados.
Já o total de casos descartados passou de 462 para 709. São casos em que exames não apontaram alterações no cérebro do bebê ou em que o quadro de microcefalia não foi causado por infecções congênitas (transmitidas de mãe para filho), o que já descartaria uma provável relação dos casos com o zika, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti e apontado como a principal hipótese para o avanço do problema.
Também houve aumento no número de mortes em investigação. Ao todo, o país já registra 15 casos confirmados de bebês que morreram após o parto ou ainda durante a gestação. Segundo o Ministério da Saúde, os bebês tinham diagnóstico de microcefalia e outras má-formações —destes, cinco tiveram resultado positivo para o vírus zika após exames.
Outras 56 mortes ainda são investigadas, e cinco foram descartadas.
Fonte: Folha de São Paulo
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