A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) aprovou, nesta terça-feira (26), a criação de um novo patamar para as bandeiras tarifárias, além da redução dos
valores que serão cobrados a partir de fevereiro. De acordo com os novos patamares, o consumidor já deve notar uma redução de 3% na conta de luz.
No próximo mês, o consumidor de energia elétrica receberá em sua conta de luz o sinal de bandeira vermelha patamar 1 –que, dentro da Aneel, ficou conhecida como bandeira rosa–, mais barata que a bandeira vermelha vigente até janeiro.
O sistema das bandeiras adicionam um encargo à conta de luz para custear as usinas térmicas. Até o momento, a bandeira vermelha encarecia a conta em R$ 4,5 a cada 100 kilowatts-hora consumidos.
No ano passado, as contas de energia elétrica subiram, em média, 51% no país, segundo o IPCA (índice oficial de inflação), mas a alta foi ainda maior em algumas regiões metropolitanas, casos das de São Paulo (71%), Curitiba (69%) e Brasília (56%).
A disparada nos preços em 2015 refletiu a decisão do governo de retirar subsídios à energia que foram adotados nos dois anos anteriores, além da adoção do sistema de bandeiras tarifárias. Somente a alta da energia elétrica foi responsável por 1,50 ponto percentual da inflação no país no ano passado (10,67%).
Após a virada do mês, a bandeira vermelha patamar 1, ou rosa, elevará a conta em R$ 3 a cada 100 kilowatts-hora consumidos. Na prática, essa redução deverá baratear a conta em 3% para todos os consumidores do país.
A bandeira vermelha patamar 2 continua a encarecer a conta de luz em R$ 4,5 a cada 100 KWh consumidos.
As outras cores, verde e amarela não foram repartidas, como a vermelha. Porém, o valor adicionado pela amarela diminuiu de R$ 2,5 a cada 100 KWh consumidos para R$ 1,5 a cada 100 KWh consumidos.
A verde, como agora, continua não adicionando qualquer valor à conta de luz.
TÉRMICAS
De acordo com a Aneel, as cores das bandeiras mudam de acordo com a usina térmica mais cara que deve ser acionada.
A bandeira verde é acionada sempre que as térmicas não custem mais do que R$ 211 por MWh. A amarela entra em vigor quando as usinas custam entre esse valor e R$ 422 por MWh.
A vermelha 1, agora, vale para as térmicas que custem entre R$ 422 e R$ 610 por MWh. A vermelha 2 entra a vigor para pagar as usinas que custam mais do que isso.
O chamado despacho térmico, quando as usinas são ligadas, seguem os valores de referência da energia, definido pelo PLD (Preço de Liquidação das Diferenças).
A depender do valor gerado pelo PDL, o ONS (Operador Nacional do Sistema) define quais usinas podem entrar em operação.
Atualmente, em todos os subsistemas do país, com excessão do Nordeste, a bandeira válida deveria ser a verde. No Nordeste, a bandeira deveria ser a amarela.
No entanto, ao visar a recuperação dos reservatórios dessa região e sem poder contar com a energia de empreendimentos atrasados, como a usina de Belo Monte, a Aneel acatou o pedido do ONS para utilizar térmicas com custo de até R$ 600 por MWh, mantendo a cobrança da bandeira.
Fonte: Folha de São Paulo
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