O médico Rafael Marques voltou a ser preso na manhã desta sexta-feira (15), de acordo com a Polícia Civil. Ele é suspeito da morte da modelo e fisiculturista Renata Mugiatti, com quem namorava. A
jovem de 32 anos morreu asfixiada antes de ser atirada do alto de um prédio no Centro de Curitiba, em setembro de 2015. A prisão dele é preventiva, ou seja, por tempo indeterminado.
O médico foi indiciado pelo crime de homicídio qualificado, conforme a Polícia Civil. Se for condenado, a pena dele pode chegar a 30 anos. O inquérito policial foi encerrado em dezembro e apontou que Renata foi morta pelo namorado e depois jogada do 31º andar do prédio.
Os policiais também cumpriram mandado de busca e apreensão na casa e na clínica de Rafael Marques na manhã desta sexta.
Outro lado
Rafael Marques alega que, na noite da morte, tentou terminar a relação com Renata Mugiatti, mas que ela não aceitou. "Na situação que ela estava de depressão, ela perdeu todos os alunos dela. Ela era 100% dependente financeiramente de mim. Mas a nossa relação acabou, entendeu? Ela começou a discutir comigo e gritar, chorar, chorar, chorar e chorar", disse.
O suspeito disse à equipe de reconstituição do crime que sugeriu para a namorada que os dois saíssem do apartamento para fazer um lanche e se acalmar. Segundo o médico, enquanto ele calçava os sapatos, Renata correu e se jogou da janela.
A investigação
No Boletim de Ocorrência (B.O), o médico falou que Renata Mugiatti se atirou do apartamento e que estava passando por frustações e depressão. O primeiro exame do Instituto Médico-Legal (IML), entretanto, indicou que a fisiculturista foi asfixiada pelo namorado, antes da queda.
Rafael Marques foi preso ainda em setembro. No entanto, uma segunda análise do IML mostrava que ela não tinha sido asfixiada e o médico acabou sendo solto.
O Ministério Público e a Secretaria de Segurança do Paraná abriram investigações para apurar por que saíram dois laudos do IML com resultados opostos. Para esclarecer as dúvidas sobre a morte de Renata, a Justiça determinou a exumação do corpo.
O resultado confirmou que a fisiculturista já estava morta ao cair do prédio. “O que vale é o laudo mais completo. É o laudo em que todos os exames foram feitos de maneira mais incisiva assinado por vários peritos”, afirmou o Secretário de Segurança do Paraná, Wagner Mesquita.
Os diferentes laudos
Foram realizados três exames com o intuito de descobrir a causa da morta da fisiculturista. O primeiro indicou asfixia antes da queda, já o segundo afirmou que a morte foi a queda. O resultado foi determinante para a soltura de Rafael Marques.
Em depoimento, o perito responsável por este segundo laudo, Daniel Colman, afirmou acreditar que os ferimentos teriam sido causados pela violência da queda e que dependia dos resultados de outros exames complementares para concluir o laudo.
Em outro trecho do depoimento, Colman diz que se sente constrangido e emocionalmente abalado pelo julgamento antecipado feito pelo diretor do IML e publicado pela mídia.
O terceiro laudo é resultado da exumação e indicou que Renata Mugiatti quebrou o osso hioide e tinha manchas de sangue nos pulmões e no coração. O resultado, assim como o primeiro, indicou que Renata Mugiatti morreu por asfixia, antes da queda.
Outro documento que contraria a versão de Rafael Marques é o laudo de local de morte. O exame concluiu que, seria muito difícil que a fisiculturista conseguisse se jogar pela janela do apartamento. Segundo o documento, "o perito exclui a possibilidade de acidente e afirma se tratar de local atípico para tese de suicídio".
O Secretário de Segurança Pública do Paraná, Wagner Mesquita, falou sobre os diferentes resultados nos exames. "Ainda é cedo para poder eleger razões e motivos. A sindicância tem esse objetivo, as pessoas serão ouvidas (...). Vários fatores serão analisados primeiramente na sindicância, mas em persistindo esses fatores então, pode haver a instauração de inquérito policial para apurar esse crime de falsa perícia".
Renata Muggiatti tinha 32 anos (Foto: Reprodução)
Fonte: G1
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