As autoridades de saúde dos Estados Unidos emitiram um alerta nesta sexta (15) para que mulheres grávidas evitem viagens ao Brasil e a outros países da América Latina
expostos ao vírus zika.
De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças do governo (CDC na sigla em inglês), a decisão foi tomada depois que cientistas da agência testaram amostras fornecidas pelas autoridades de saúde do Brasil que indicaram a ligação entre o vírus zika e casos de bebês com microcefalia –má-formação cerebral que pode trazer limitações graves ao desenvolvimento da criança.
"Até que a situação seja melhor conhecida, e por uma questão de extrema cautela, o CDC recomenda precauções especiais a mulheres grávidas e mulheres tentando engravidar", diz o comunicado da agência. "Mulheres em qualquer estágio de gestação devem consideram o adiamento de viagens a áreas onde a transmissão do vírus zika está ocorrendo".
O alerta abrange 14 países: Brasil, Colômbia, Guiana Francesa, Guatemala, Haiti, Honduras, Martinica, México, Panamá, Paraguai, Suriname, Venezuela, El Salvador e Porto Rico.
"Consideramos a situação séria, porque a infecção está se espalhando muito rapidamente", disse Lyle Petersen, diretor do CDC.
O temor de que a doença se espalhe nos EUA aumentou depois que um primeiro caso de contágio local foi registrado em Porto Rico, no fim do ano passado.
Nesta semana, um caso da doença foi diagnosticado em uma paciente no condado de Harris, estado do Texas. De acordo com a imprensa local, ela voltou recentemente de uma viagem a El Salvador, onde contraiu a doença.
Embora alguns órgãos de imprensa nos EUA tenham noticiado que este seria o primeiro caso no país, segundo o CDC em 2015 e 2016 oito pacientes foram diagnosticados com o vírus, todos contraídos no exterior.
O número de casos notificados de dengue no país chegou a 1,6 milhão em todo o ano de 2015, período em que o país registrou uma das piores epidemias da doença, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti.
Os dados, que fazem parte do balanço mais atualizado sobre a dengue -com informações de 4 de janeiro de 2015 a 2 de janeiro deste ano- foram divulgados nesta sexta-feira (15) pelo Ministério da Saúde.
Questionado, o Ministério da Saúde informou, em nota, "não recomendar nenhuma medida restritiva de viagem ou comércio internacional, além do cuidado especial com as gestantes, independente do vírus zika". A medida, afirma, segue os parâmetros da Organização Mundial de Saúde.
A pasta diz considerar ainda que as recomendações do Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos "reforçam medidas já adotadas pelo governo brasileiro no cuidado especial com as gestantes", como o uso de repelentes e roupas compridas que minimizem a exposição da pele, além de ações de combate ao mosquito Aedes aegypti.
"Assim como o CDC, a recomendação do governo brasileiro é de que as gestantes façam, desde o início da gravidez, acompanhamento médico e consultas de pré-natal, com a realização dos exames preconizados. É importante reforçar que, em qualquer situação, as gestantes precisam consultar seu médico antes de viajar e que, de fato, é necessário um cuidado especial em viagens", completa a pasta.
Fonte: Folha de são Paulo
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