Construtoras entram na Justiça para reassumir Centro Olímpico de Tênis

A obra do Centro de Tênis da Olimpíada de 2016 tornou-se nesta quinta-feira (14) foco de uma briga judicial entre Prefeitura do Rio e construtoras. Após o município

rescindir unilateralmente o contrato com o consórcio construtor da arena, as empresas entraram na Justiça para anular essa decisão e reassumir o projeto.

O processo foi aberto nesta quinta pelo advogado do Consórcio Ibeg/Tangran/Damiani, José Eduardo Junqueira Ferraz. Ele concedeu uma entrevista coletiva nesta tarde. Afirmou que as construtoras tiveram problemas para receber pagamentos da Prefeitura. Mesmo assim, pretendem retomar as obras do centro de tênis e concluí-las a tempo para Rio-2016.

"As empresas querem concluir a obra. Ainda mais depois e já terem executado quase 95% do projeto", afirmou o advogado. "Entramos com uma ação nesta quinta e esperamos que uma liminar seja deferida até amanhã."

Ferraz explicou que, para as construtoras, o contrato não poderia ter sido rescindido porque as construtoras não tiveram chance de se explicar antes que essa decisão fosse tomada. "O consórcio tomou ciência da rescisão quando seus funcionários foram impedidos de entrar no canteiro de obra, nesta manhã", disse Ferraz.

Ele ainda afirmou que a prefeitura não pagou no ritmo devido à execução das obras do centro de tênis. Isso impediu que o consórcio pagasse a rescisão dos seus funcionários demitidos em dezembro --dispensa que estava programado antecipadamente.

"O Centro de Tênis recebeu o evento-teste da modalidade em dezembro e, depois, desmobilizou parte de seu quadro. Era natural", disse. "O pagamento não foi feito porque as empresas não receberam 60% da última nota de serviços. Ninguém deixa de pagar seus funcionários por opção. Houve um problema de fluxo de caixa."

Nesta tarde, o prefeito Eduardo Paes afirmou que a falta de pagamento de funcionários e uma chantagem visando a aumentos no custo da obra motivaram a rescisão do contrato com o consórcio. Oficialmente, o município alega que a obra atrasou e que o contrato firmado com as empresas não estava sendo cumprido.

Ação sobre Centro e Hipismo

Além do Centro Olímpico de Tênis, a prefeitura notificou a construtora Ibeg por problemas na obra do Centro Olímpico de Hipismo, em Deodoro. Lá, a Ibeg executa sozinha o projeto, o qual também está atrasado segundo o município.

A notificação virou alvo é outra ação judicial aberta nesta tarde. Ferraz também defende a Ibeg nesse caso. Ele confirma o atraso na obra. Contudo, segundo ele, a defasagem foi causada porque o município não entregou os projetos necessários para a obra.

"Pedimos na Justiça que a prefeitura apresente em 24 horas todos os projetos da obra. Também não queremos deixar o projeto do Centro de Hipismo", afirmou.

Fonte: Uol