O presidente russo, Vladimir Putin, disse nesta segunda-feira (30) que a Rússia recebeu informações de que o petróleo do Estado Islâmico está passando pela Turquia. Segundo ele, a derrubada de um
avião russo pelas forças de segurança turcas na semana passada ocorreu para proteger esse abastecimento, informou a Reuters.
"Temos todos os motivos para pensar que a decisão de derrubar nosso avião foi ditada pela vontade de proteger essas vias por onde passa o petróleo até o terrítório turco", disse Putin em uma entrevista coletiva à margem da COP 21, segundo a France Presse.
"Recebemos informações complementares que, infelizmente, confirmam que esse petróleo, produzido em zonas controladas pelo EI e por outras organizações terroristas, é encaminhado maciçamente, de maneira industrial, para a Turquia", afirmou o presidente russo.
A conferência global do clima começou nesta segunda em Le Bourget, ao norte de Paris, e reúne chefes de estado de várias partes do mundo.
Putin afirmou ainda que a derrubada do avião foi um "enorme erro" e que ele não se encontrou com o presidente turco, Tayyip Erdogan, na França nesta segunda.
O avião da Rússia foi derrubado na fronteira com a Síria, país onde o grupo terrorista Estado Islâmico domina vários territórios.
Na semana passada, logo após a queda do avião, Moscou já havia acusado Ancara de "proteger" os jihadistas do EI e de acobertar o contrabando de petróleo – uma das principais fontes de financiamento do grupo.
A Turquia afirma que teve seu espaço aéreo violado, o que teria sido informado aos pilotos russos. O país chegou a divulgar gravações que seriam das advertências feitas aos pilotos do caça russo antes das forças de segurança intervirem.
Já a Rússia diz que a aeronave sobrevoava o espaço aéreo da Síria e anunciou represálias contra a Turquia após o incidente.
Pedido de desculpas
Furiosa desde o incidente, a Rússia exige um pedido de desculpas da Turquia.
"Nenhum primeiro-ministro, nenhum presidente, nem outra autoridade turca vai se desculpar", garantiu nesta segunda-feira o premiê turco, Ahmet Davutoglu, segundo a France Presse, depois de se reunir em Bruxelas com Jens Stoltenberg, o secretário-geral da Otan, da qual a Turquia é membro.
A Turquia se nega a apresentar suas desculpas e insiste que agiu de maneira legítima para proteger seu espaço aéreo. Já as autoridades russas aceleram as represálias, traduzidas em sanções econômicas contra a Turquia.
Fonte: G1
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