O secretário municipal de Saúde, Luiz Roberto Fonseca, não confirmou a morte por febre amarela urbana em Natal. Fonseca, inclusive, promete pedir uma contraprova junto aos laboratórios
que realizaram os testes. O óbito aconteceu em julho deste ano, mas foi divulgado somente agora, após os resultados dos exames laboratoriais feitos no Instituto Evandro Chagas, no Pará, e no Adolfo Lutz, em São Paulo. A morte seria a primeira por febre amarela urbana em 73 anos no Brasil.
De acordo com o titular da pasta, o caso ainda está sendo tratado como suspeito e que será necessária uma investigação mais aprofundada para que se chegue a uma explicação de como a paciente teve contato com a doença.
“Nos preocupa, mas ainda não é um caso em que a gente pode bater o martelo. Embora os testes feitos tenham dado positivo, tendo sido realizados por laboratórios de relevância nacional, não há uma vinculação epidemiológica neste caso”, declarou.
Segundo ele, a história clínica da paciente não é favorável ao que o exame mostrou. Luiz Roberto explica que a paciente não tem histórico vacinal pregresso em que se pudesse dizer que houve um falso-positivo do exame em virtude de uma vacina, por exemplo, mesmo que tivesse sido tomada muito tempo atrás.
“A paciente não viajou para áreas endêmicas como Goiás, Mato Grosso, e regiões da Amazônia. A paciente recebeu apenas uma visita de pessoas vindas dessas áreas, e que passou apenas três horas nesse local”, explicou o secretário ressaltando que não há nenhum outro relato de febre amarela em Natal.
Ainda segundo o secretário, outra coisa que chama atenção é que em casos de febre amarela, o paciente tem uma manifestação clínica forte, o que segundo ele não está presente neste caso. Ele diz que é a partir desse quadro que se instala a suspeita, a partir da qual é feito um exame, comprovando a doença oi não.
“Neste caso, a paciente não teve febre, nem outra situação clínica compatível com febre amarela. Estamos fazendo um caminho totalmente inverso. Por isso estamos pedindo que seja realizada uma contraprova por esses laboratórios, e se necessário for até com outros tipos de exames, uma vez que há material colhido dessa paciente”, destacou.
Sala de monitoramento
Nesta terça-feira (29), a SMS instalou uma sala para monitorar focos do mosquito. O serviço vai funcionar junto com estruturas semelhantes montadas em outros Estados da região Nordeste. Também nesta terça-feira, o secretário estadual de Saúde, Ricardo Lagreca, reuniu-se com o arcebispo metropolitano de Natal, dom Jaime Vieira Rocha.
Na reunião, o secretário expôs a gravidade da situação com o aumento do número de casos de microcefalia causados pelo zika, e a sua preocupação com o surgimento de uma nova epidemia de dengue, principalmente com as chuvas que já começam a cair no Estado.
Foi sugerido ainda que a Arquidiocese oriente aos párocos que nas suas homilias falem da importância de se prevenir contra o Aedes aegypti, tendo em vista a credibilidade da Igreja Católica diante da sociedade.
O próprio arcebispo se colocou à disposição para participar de um Dia D de combate ao vetor juntamente com o secretário de Saúde, a ser ainda agendado para o início de janeiro.
Fonte: Portal Noar
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