Em prisão domiciliar nos EUA acusado de receber propinas, José Maria Marin renunciou, de fato, à vice-presidência da CBF através de uma carta enviada em novembro ao então presidente da entidade,
Marco Polo Del Nero. O documento foi confirmado por fonte ligada ao Marin assim como por dirigentes da entidade. Mas o original ainda não está com a confederação.
Há dois problemas na carta feita por Marin: 1) ele estava proibido de se dirigir a qualquer cartola da CBF ou à própria entidade neste período; 2) federações do Nordeste questionam como a entidade pode ter marcado uma eleição para substituí-lo sem ter recebido o documento original.
Pelo que o blog apurou, a carta de Marin é assinada no dia 27 de novembro e dirigida ao presidente da CBF. Em 6 de novembro, o dirigente assinou um acordo com a Justiça norte-americana. O documento diz o seguinte:
“O acusado não pode diretamente ou indiretamente se associar ou ter contato com acusados ou qualquer empregado ou associado com as seguintes entidades (…) (III) Conmebol ou qualquer afiliada ou empresa constituinte (isso inclui a CBF)'', afirmou o documento de finança. Se descomprido, ele pode ir para a prisão.
A interlocutores, Marin disse estar tranquilo porque, na carta, estaria rompendo os vínculos com a CBF, o que mostraria sua intenção de se concentrar na sua defesa. Por isso, não estaria afetando o acordo. É o entendimento de sua defesa. Mas a carta favorece um ex-aliado de Del Nero no esquema revelado pelo FBI.
Por enquanto, só existe uma cópia do documento no Brasil. Nesta quinta-feira, o presidente interino da CBF, Marcus Vicente, disse que ainda espera receber o original quando questionado por federações nordestinas.
“Até agora não protocolaram essa carta. Se ela ainda não chegou e não foi protocolada, como podem já ter marcado a nova eleição para o dia 16?'', questionou o presidente da Federação Bahiana, Ednaldo Rodrigues, que ainda lembrou da proibição de Marin falar com a CBF. “Tem um trâmite. Não pode fazer isso antes.''
O vice-presidente da Região Nordeste, Gustavo Feijó, adotou o mesmo discurso: “Se tem uma renúncia, por que não protocolaram? Qual a data da renúncia? Veio por carta? Esqueceram de protocolar a carta?'', afirmou Feijó. Eles ainda esperam uma explicação oficial da confederação.
Procurada, a assessoria da CBF afirmou que não comentaria o caso.
Fonte: Uol
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