Suspenso pelo Comitê de Ética da Fifa por oito anos, nesta segunda-feira, o francês Michel Platini chamou a decisão de “fraude” e avisou que vai recorrer à Corte
Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês) para seguir no futebol. Platini é o atual presidente da Uefa e pretende ser um dos candidatos na eleição da Fifa, em 26 de fevereiro.
Em comunicado, Platini classificou a punição de “verdadeira fraude”. E disse que não foi surpreendido pela decisão, que seria “orquestrada” para prejudicá-lo, às vésperas das eleições da Fifa.
“Estou certo de que meu destino já estava selado antes da audiência de 18 de dezembro e o veredicto não passa de um desejo patético de me eliminar do futebol. Tanto nos gramados quanto nos meus cargos diretivos, meu comportamento foi sempre impecável e eu, de minha parte, estou em paz com a minha consciência”, declarou o francês, um dos vice-presidentes da Fifa.
Para tentar anular a punição, Platini vai recorrer à CAS nos próximos dias. No início do mês, o francês sofreu uma derrota no tribunal ao tentar reverter a suspensão provisória de 90 dias aplicada pelo Comitê de Ética da Fifa.
Além disso, ele avisou que vai entrar com um processo civil na Justiça comum para pedir indenização pelos danos sofridos que estaria sofrendo em razão das decisões do comitê da Fifa.
Platini foi punido nesta segunda juntamente com o suíço Joseph Blatter, presidente da Fifa, por conta de um pagamento suspeito de US$ 2 milhões feito pelo suíço ao francês. O pagamento foi efetuado em 2011, sendo apontado como um salário retroativo por ambos, embora não tenha sido formalizado em um contrato. Platini foi um conselheiro presidencial de Blatter entre 1998 e 2002.
Porém, o momento do pagamento levantou suspeitas. Platini foi pago somente em fevereiro de 2011, três meses antes de uma eleição presidencial da Fifa, que Blatter ganhou – na época, o francês era tido como um dos favoritos a vencer o pleito. Como o acordo foi apenas verbal, não entrou nas contas da Fifa, o que também contribuiu para a condenação de ambos pelo Comitê de Ética. O Ministério Público da Suíça abriu um inquérito para também investigar o caso.
Fonte: Estadão
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