Cerca de 30 pessoas realizaram uma manifestação em frente à Assembleia Legislativa em Porto Alegre, na manhã deste domingo (20), pedindo a liberação da
fosfoetalonamina sintética para pacientes em tratamento contra o câncer.
Distribuída pela USP de São Carlos por causa de decisões judiciais, a fosfoetanolamina é alardeada como cura para diversos tipos de câncer, mas não passou por esses testes em humanos, por isso não é considerada um remédio. Ela não tem registro na Anvisa e seus efeitos nos pacientes são desconhecidos.
Entre os manifestantes reunidos no ato deste domingo estava o empresário Marco Garcia, 43 anos, que há cinco meses luta para manter o estoque da substância para o irmão de 30 anos que luta contra um câncer que atingiu a medula.
“Fui na USP para conseguir a fosfoetalonamina, que nos foi fornecida por meio de uma decisão judicial, mas há 20 dias acabou”, lamenta o empresário, dizendo que pouco depois do início do tratamento, o irmão conseguiu voltar a andar além das dores e dos vômitos terem diminuído.
De acordo com ele, mesmo sem a certeza de que não há efeitos colaterais, para um paciente desacreditado pelos médicos, a fosfoetalonamina é uma ponta de esperança para uma vida melhor.
“É uma coisa fantástica, as dores diminuíram, foi no mesmo período em que ele estava fazendo a radioterapia. Tu pode falar com qualquer pessoa que já usou para ver que depois de quatro ou cinco dias, ela levanta do funeral”.
Em meados de novembro foi anunciado que um laboratório gaúcho ligado ao governo do Estado do Rio Grande do Sul vai testar a eficácia da fosfoetanolamina. O trabalho será desenvolvido pelo Laboratório Farmacêutico (Lafergs), ligado a Fundação Estadual de Produção e Pesquisa em Saúde (Fepps), com sede em Porto Alegre.
No entanto, de acordo com Garcia, que diz acompanhar de perto os desdobramentos da inciativa, os órgãos responsáveis têm alegado que não existe estrutura em laboratórios públicos gaúchos para a produção do medicamento.
"Eles dizem que apenas dois laboratórios particulares tem condições, mas ai tu imagina o que vai acontecer... vai virar um medicamento que custa R$ 100 mil", protesta. De acordo com ele R$ 2 mil são suficientes para a produção de fosfoetalonamina para seis mil pacientes.
A ideia de testar a fosfoetanolamina no Rio Grande do Sul - por meio do convênio do Lafergs com o governo estadual - não tem relação com a iniciativa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) que, no dia 12 de novembro, anunciou um plano de trabalho para validar tecnicamente a molécula fosfoetanolamina. A ideia é que estudos sejam conduzidos por laboratórios que têm parcerias firmadas com o MCTI, além do Instituto Butantan e de institutos ligados ao Ministério da Saúde.
Fonte: G1
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