O 5º Tribunal do Júri de Fortaleza condenou dois homens que aparecem nas filmagens de um crime de execução registrado em fevereiro de 2015. O julgamento
ocorreu na última sexta-feira (18).
Segundo o Ministério Público, foram condenados Jorge Maciel de Sousa à pena de 28 anos e três meses de reclusão, e Matheus Rodrigues da Rocha à pena de 27 anos e três meses de reclusão, em regime inicial fechado, além da pena de multa cumulativamente aplicada, pela prática dos crimes de homicídio duplamente qualificado da vítima Fábio Rodrigues da Silva e de associação para o tráfico.
O homicídio, ocorrido no Bairro Ancuri, em Fortaleza, em 17 de fevereiro deste ano, teve grande repercussão por ter sido gravado em vídeo e compartilhado nas redes sociais. No vídeo, dois homens estão sentados na calçada, quando um grupo armado se aproxima a pé e efetua os disparos.
O jovem – que aparece de bermuda, boné e sem camisa – é atingido por, pelo menos, 20 tiros, sem chance de defesa. Nas imagens, o que chama a atenção é a frieza dos assassinos. Uma mulher, que aparentemente filma toda a ação, incentiva a execução. “Vai, dá na cara. Descarrega”, diz. Ao final do vídeo, ela lamenta: “Ai, eu não vou dar o meu (tiro) não, é?”. Durante o vídeo, é possível ver um dos assassinos com fogos de artifício na mão, que seriam usados para confirmar a morte.
A acusação foi feita pelo promotor de Justiça Franke José Soares Rosa, e o julgamento realizado sob a presidência da Juíza Valência Maria Alves de Sousa Aquino, ambos da 5ª Vara do Júri de Fortaleza.
Os réus não terão o direito de apelar em liberdade. A progressão de regime, no caso, exige o cumprimento de, no mínimo 40%, do total da pena imposta, além da necessidade de bom comportamento durante todo esse período.
O adolescente que praticou o crime, juntamente aos demais, já havia sido condenado em maio deste ano pelo Juízo da 1ª Vara da Infância e Juventude de Fortaleza, recebendo a pena máxima prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente, de até três anos de internação.
Foragida
Outra pessoa identificada, Ariadna Lima Cordeiro, conhecida por “Novinha” ou “Nobinha”, também foi denunciada e teve a prisão preventiva decretada, sendo considerada foragida pela Justiça. Ela poderá receber pena ainda superior, dentre outras razões pelo fato de ter dirigido a atividade dos demais envolvidos, o que constitui uma agravante de acordo como Código Penal. Segundo o MPCE, foi ela quem gravou o vídeo compartilhado nas redes sociais.
Segundo o promotor de Justiça Franke José Soares Rosa “o que permitiu o julgamento do caso ainda este ano foi o trabalho conjunto entre a Polícia Civil, a Polícia Militar, o Ministério Público e o Poder Judiciário, com a colaboração da população que forneceu informações importantes para a identificação dos envolvidos”.
Fonte: Tribuna do Ceará
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua opinião é muito importante para nós, comente essa matéria!