quinta-feira, dezembro 10, 2015

Governo teme que Fitch retire selo de bom pagador do Brasil até janeiro

 http://cidadenewsitau.blogspot.com.br/O governo Dilma teme que a agência de classificação de risco Fitch retire do Brasil o selo de bom pagador até o próximo mês, ainda antes que a Moody's, cuja decisão
deve ser tomada num prazo de três meses.

O rebaixamento deve gerar uma saída de moeda estrangeira do país.

Segundo assessores presidenciais, a Fitch já sinalizou para a equipe econômica que está próxima de rebaixar a nota brasileira.

A Folha apurou que, depois que a Fitch colocou a nota brasileira a um passo da perda do grau de investimento (perspectiva negativa), em outubro, a Secretaria do Tesouro Nacional havia conseguido adiar em dois meses qualquer decisão da agência.

Durante a trégua, o governo esperava aprovar medidas para melhorar as contas públicas. A situação econômica e política, porém, se deteriorou rapidamente.

Com um novo rebaixamento, o Brasil estará classificado como investimento de risco por duas agências –a Standard & Poor's já retirou do país o grau de investimento e ameaça, inclusive, fazer novos rebaixamentos.

Alguns investidores, como fundos de pensão, são obrigados, por suas regras, a tirar suas aplicações de países que perdem o selo de bom pagador de duas agências.

Analistas de mercado calculam que esse cenário poderá levar a uma saída de algo entre US$ 2 bilhões a US$ 5 bilhões a depender do quadro político do momento, provocando pressões sobre a cotação do dólar no Brasil.

Como termo de comparação, o fluxo cambial neste ano, até a primeira semana deste mês, era de US$ 11,9 bilhões, segundo o Banco Central. No ano de 2014, o fluxo cambial foi US$ 4,3 bilhões.

CENÁRIO PREVISÍVEL

Assessores presidenciais avaliam que o risco de a Fitch rebaixar a nota brasileira é elevado, já que o governo deve fechar o ano sem condições de demonstrar força para aprovar medidas que garantam um superavit primário de 0,7% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2016.

Para assegurar esse resultado, o governo propõe entre outras medidas recriar a CPMF (imposto sobre movimentação financeira), o que encontra forte resistência por parte dos parlamentares. A repatriação de recursos de brasileiros no exterior que foram remetidos sem o pagamento de imposto é outra medida pendente de aprovação.

A equipe econômica está pessimista, diante do agravamento da crise política, quanto a conseguir aprovar qualquer medida de aumento de receita entre o final deste ano e o início do próximo.

O início do processo de impeachment contra a presidente Dilma gerou uma paralisia nas votações, que já estavam praticamente interrompidas nas últimas semanas no Legislativo.

Uma mudança na tendência de rebaixamento da nota brasileira pode ocorrer, segundo analistas de mercado, caso o cenário brasileiro indique que haverá uma solução política para a crise.

O governo trabalha com um plano B caso não consiga aprovar as medidas no Legislativo. Seriam propostas que não precisam do aval do Congresso, como o aumento da Cide (contribuição que incide sobre combustíveis).

Fonte: Folha de São Paulo

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