Há 10 anos, a funcionária da reitoria da Universidade de São Paulo (USP), Izabel Cristina Pereira, se desdobra para conciliar os preparativos natalinos de dezembro com uma campanha pela adoção de
cartinhas endereçadas ao projeto Papai Noel dos Correios, iniciativa que incentiva pessoas a atenderem aos pedidos de Natal de crianças (e, às vezes, adultos) carentes da cidade. O que começou em 2006 com 12 cartas adotadas, chegou a 2015 com 1.160 pedidos atendidos e 3.5 mil presentes arrecadados.
"Eles recebem muitos pedidos, muitas cartinhas, e, infelizmente, ainda há muito pouca adesão à iniciativa", diz Izabel, sobre a campanha dos Correios. Seu primeiro contato direto com o projeto foi em 2007, quando visitou uma agência e acompanhou a triagem das cartas endereçadas ao bom velhinho. Foi aí que ela decidiu que, todos os anos, buscaria mais e mais patrocinadores para as cartinhas.
Com o auxilio de familiares, amigos e colegas de trabalho, Izabel aumentou anualmente o número de cartas adotadas. Sua meta inicial era intermediar a adoção de pelo menos mil pedidos, marca superada com vantagem em 2015, graças a cerca de 700 contribuintes. "Mas esse número pode variar um pouco, já que tem quem adote mais de uma carta", avisa.
O trabalho não é simples e aumenta a cada ano. Izabel explica que, primeiro, ela e outros voluntários vão aos Correios e selecionam um numero pré-determinado de cartas.
"Nós temos dois critérios de seleção. O primeiro, é a viabilidade do pedido. O mais fácil e simples que for de ser realizado, melhor, já que assim atendemos cada vez mais crianças. O segundo, é a emoção. Aqueles que tocam nosso coração, independentemente de outros detalhes", explica. "Este ano, por exemplo, atenderemos a uma mãe que pediu um carrinho de bebê para poder cuidar de seu filho".
Depois de selecionar os pedidos que serão patrocinados, o grupo monta uma lista de desejos com o conteúdo de cada carta. Ela é divulgada a amigos, colegas de trabalho e familiares e outros dispostos a colaborar.
"Algumas pessoas são voluntários recorrentes. Eles ligam anualmente para garantir pelo menos uma cartinha", afirma Izabel. "Boa parte do nosso campo de atuação é na própria USP. Temos funcionários, alunos e professores entre os voluntários".
À medida que os pedidos são adotados e os presentes começam a ser comprados, Izabel e outros voluntários ficam responsáveis por estocar, organizar e enviar, em uma data específica, toda a arrecadação aos correios. Eles, então, enviarão cada um dos pacotes aos presenteados.
"Todo esse processo é cansativo, claro, mas vale muito a pena. A realidade dessas crianças carentes que sonham com uma vida melhor é muito triste. Com esses simples presentes, a gente está dando esperança a eles", diz Izabel.
Em 2015, além de superar sua meta de cartas adotadas, outro feito tem empolgado Izabel. Graças a um patrocínio conseguido por seu irmão, Daniel Amaral Pereira, 50 crianças ganharão suas primeiras bicicletas.
"Em algum momento da infância, toda criança sonha com uma bicicleta. Todo ano, lemos várias cartinhas que pedem por uma, mas por ser caro, raramente conseguimos atender", ela diz. "É por isso que este ano estamos muito felizes com essa conquista".
Fonte: G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua opinião é muito importante para nós, comente essa matéria!