Promotores americanos estão ameaçando punir bancos que não reportarem atividades suspeitas em contas relacionadas à Fifa e que estão envolvidas no inquérito que
investiga a entidade que controla o futebol mundial.
As informações foram divulgadas para o jornal "Financial Times" por fontes envolvidas na investigação.
As acusações criminais podem ter sérias implicações caso os promotores as coloquem em ação. Em 2014, o banco JPMorgan pagou 2 bilhões de dólares (R$ 7,7 bi) por falhar na entrega de relatórios semelhantes no esquema de pirâmides liderado por Bernard Madoff.
JPMorgan, Bank of America, Citigroup, Credit Suisse, HSBC, Standard Chartered e UBS estão entre os bancos que estão mantendo discussões privadas com promotores sobre o que as entidades sabiam e quando elas souberam sobre as movimentações da Fifa.
Todos esses bancos mantiveram contas da Fifa e de entidades ligadas à Fifa ou até mesmo contas que foram usadas apenas para transferências de dinheiro no escândalo que envolve milhões de dólares e divulgado em maio.
Dos bancos Credit Suisse e UBS, ambos da Suíça, os promotores americanos estão também procurando maneiras de obter informações sobre a Fifa e suas associadas sem ter que lidar com as restrições impostas pelas leis de sigilo bancário daquele país.
Um acordo com o governo suíço pode dar aos promotores acesso irrestrito a informações bancárias relacionadas à Fifa, diferente do atual sistema que obriga a serem feitos pedidos individuais por esses dados.
Os promotores têm lembrado da legislação aprovada pelo parlamento suíço em 2010 que autorizou o UBS a transferir milhares de nomes de americanos suspeitos de evasão fiscal para as autoridades dos EUA.
Até agora, como parte do inquérito da Fifa, o Ministério da Justiça da Suíça congelou algumas contas em bancos do país respondendo a quatro pedidos dos EUA e também ordenou a entrega de documentos em cinco outras decisões de acordo com o Departamento Federal de Justiça e Polícia da Suíça.
Os promotores americanos são vistos como tendo muita vantagem em conseguir as informações, já que muitos dos bancos questionados estão sob acordos firmados em outros casos de corrupção no passado no qual, em troca de perdão da Justiça, fizeram promessas de relatar à Polícia futuras atividades ilegais.
Fontes ligadas ao caso disseram ao "Financial Times" que é muito cedo para dizer se os bancos terão que encarar penalidades e que as empresas estão trabalhando para responder os questionamentos feitos pelos promotores. A maioria do bancos se recusou a comentar o assunto.
Os promotores disseram aos bancos que as alegações que a Fifa é uma organização corrupta são conhecidas há muito tempo, então essas entidades deveriam regularmente filtrar atividades suspeitas e reportá-las às autoridades.
Muitos dos bancos alegaram que as acusações que rondam a Fifa não haviam sido divulgadas até recentemente. Eles também disseram que os cartolas acusados de participarem dos esquemas de propina eram os homens de negócios mais respeitados em seus países e que não levantavam suspeitas.
Fonte: Folha de são Paulo
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