A Espanha vai às urnas neste domingo (20) para eleger os assentos de um novo Parlamento, que, por sua vez, vai escolher - a
partir de uma maioria absoluta ou por meio de alianças - o novo presidente do governo espanhol. No total, estão em jogo 558 cadeiras no Congresso - 350 na Câmara dos Deputados e 208 no Senado. Mais de 36,5 milhões de pessoas são esperadas nos locais de votação em todo o país.
Estas eleições devem permitir a consolidação de dois partidos no Congresso, que se apresentam como uma alternativa nova e esperançosa frente à "velha" política: Podemos e Ciudadanos. Eles põem em xeque o histórico bipartidarismo no país, protagonizado pelos Partido Popular, ou PP (centro-direita), e PSOE (socialistas), que se revezam no poder há mais de três décadas.
As eleições 20D, como são chamadas por serem realizadas no dia 20 de dezembro, também colocam em disputa o cargo de presidente do governo, atualmente ocupado por Mariano Rajoy, de 60 anos. Seus principais adversários são três candidatos nascidos na década de 70, o que provoca uma espécie de desafio de gerações entre os quatro principais partidos.
Essas mudanças ocorrerão em um momento em que o país, de 47 milhões de habitantes, enfrenta esmagadora crise econômica marcada pelo aumento do desemprego e escândalos de corrupção.
O índice de desemprego disparou e atingiu 27%; os gastos com saúde sofreram grandes cortes; e milhares de famílias perderam suas casas, incapazes de pagar os empréstimos com os bancos, que, por sua parte, se beneficiaram em 2012 de um resgate europeu de 41 bilhões de euros.
A economia ainda é um tema chave nesse momento. Mas, diferente das últimas eleições gerais de 2011, quando o país passava por um de seus piores momentos da crise econômica, outros temas ganham força, como a proposta de independência da região autônoma da Catalunha.
A aspiração dos nacionalistas catalães de avançar rumo à independência protagonizou a política espanhola no último ano e deve ser um dos desafios do próximo chefe de governo. No último dia 9 de novembro, dois partidos locais - Junts pel Si e CUP - aprovaram na recém eleita câmara regional uma proposta para iniciar um processo de secessão que foi declarado ilegal pelo Tribunal Constitucional.
Pesquisas
Segundo a última pesquisa do oficial Centro de Pesquisas Sociológicas (CIS), o PP conseguiria entre 120 e 128 cadeiras das 350 do Congresso, e o PSOE ficaria como a segunda força, com entre 77 e 89 deputados. O Ciudadanos conseguiria entre 63 e 66 assentos, enquanto o Podemos ficaria com entre 23 e 25 deputados.
As pesquisas de vários veículos locais de comunicação divulgadas na última segunda-feira seguiram essa mesma linha, prevendo uma vitória do PP, mas sem maioria suficiente e com a necessidade de pactos para que seu candidato, Mariano Rajoy, continue no cargo de presidente do Governo.
Rajoy precisaria dos deputados do Ciudadanos, o partido mais próximo a suas políticas, para ter condições de tomar posse no Parlamento. Mas o líder do partido, Albert Rivera, um advogado de 36 anos, não se cansa de repetir que não apoiará "nem Rajoy, nem (Pedro) Sánchez", o secretário-geral do PSOE.
O Parlamento deve ser constituído até a segunda semana de janeiro.
Fonte: G1
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