Desde o mês de agosto, doze municípios de Pernambuco têm água apenas dois dias no mês e ficam 28 sem abastecimento. A água é captada da barragem de
Jucazinho, em Surubim, no Agreste, que está no volume morto - com 2% da capacidade, o que equivale a 6,4 milhões de metros cúbidos. A capacidade total da barragem é de 327 milhões de metros cúbicos. A Companhia Pernambucana de Saneamento informou que a água deve durar até março de 2016. Aproximadamente 300 mil pessoas são atingidas pelo rodízio.
Os municípios que são abastecidos dois dias no mês são: Surubim, Salgadinho, Santa Maria do Cambucá, Frei Miguelinho, Vertentes, Vertente do Lério, Toritama, Cumaru, Passira, Riacho das Almas, Santa Cruz do Capibaribe e Casinhas.
O gerente regional do Alto Capibaribe da Compesa, Mário Heitor Filho, disse ao G1 que o rodízio é realizado porque "a retirada [de água] está reduzida e temos que prolongar ao máximo a vida útil da barragem". A mudança se deu por conta da pior seca dos últimos 50 anos em Pernambuco, o que provocou a estiagem em Jucazinho, segundo a Compesa. De acordo com a companhia, a vazão da barragem caiu de 1,8 mil litros por segundo para 200 litros por segundo.
Mário Heitor explicou que os municípios passaram mais de quinze dias sendo abastecidos por carros-pipa enquanto a obra do volume morto não era concluída. "O abastecimento hoje é feito pelas torneiras e quando não conseguimos abastecer fazemos o complemento por carros-pipa. Algumas áreas recebem água nas cisternas", explicou o gerente.
Construções submersas aparecem
Construções e árvores que estavam submersas voltaram a aparecer na Barragem de Jucazinho, em Pernambuco. Por estar no volume morto, a barragem deixou de abastecer os quase 500 mil habitantes - conforme estimado pelo IBGE - de Caruaru, Gravatá e Bezerros, segundo o coordenador de produção do Sistema de Jucazinho, Clodoaldo Veloso. Outros 12 municípios continuam recebendo água do manancial, em forma de rodízio.
Construções submersas na Barragem de Jucazinho em setembro de 2015 (Foto: Paula Cavalcante/ G1)
Quem morava na comunidade inundada fica triste em ver a atual situação do reservatório. "Nós nunca pensamos em ver as casas descobertas. Mas aí a seca foi grande, cinco anos sem chover muito aqui, né? É uma tristeza para todo mundo, pois está todo mundo sofrendo sem água", lamenta o encanador Carlos Roberto Rocha de Lima, de 45 anos.
Fonte: G1
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