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segunda-feira, dezembro 21, 2015

Agressão faz USP mudar o local de demandas sobre a fosfoetanolamina

Fosfoetanolamina sintética foi desenvolvida por pesquisadores da USP de São Carlos (Foto: Reprodução/EPTV)A Universidade de São Paulo (USP) decidiu alterar o local de recebimento das demandas judiciais relacionadas à fosfoetanolamina sintética. Segundo a instituição, a
procuradora do campus de São Carlos (SP) foi agredida por advogados e familiares de pacientes em busca da substância, que só é fornecida por decisão judicial e entregue via correio. Para proteger os servidores, foi decidido que os casos não serão mais tratados na Procuradoria, localizada no campus I, mas no edifício da biblioteca do campus II, a partir desta segunda-feira (21).
Em um comunicado publicado na sexta-feira (18), a universidade divulgou que o episódio aconteceu na última segunda (14) e que a procuradora Alessandra Pinto Magalhães teve de ser internada às pressas depois de ser ofendida, humilhada e confrontada com agressividade.

Vista do campus II da USP em São Carlos (Foto: Divulgação/USP)Campus II da USP em São Carlos, onde se reunirá
o grupo de atendimento (Foto: Divulgação/USP)
“A procuradora ficou internada durante todo o dia 14, com suspeita inicial de ter sido vítima de um AVC ou infarto, prognóstico que foi descartado após a realização de uma bateria de exames. Após ter alta no dia seguinte, Alessandra regressou ao trabalho no dia 17, por orientação médica”, informou a USP.
A instituição afirmou que a truculência se estendeu a diversos servidores que também prestam serviço na Procuradoria, que eles foram vítimas de ofensas e humilhações e que houve a necessidade da intervenção da Guarda Universitária para restabelecer a ordem e evitar consequências mais graves.
Por conta disso, disse a universidade, a partir desta segunda-feira todas as demandas judiciais relacionadas à fosfoetanolamina serão recebidas por um grupo específico de atendimento, que permanecerá no prédio da biblioteca do campus II, localizado no bairro Santa Angelina.
“A USP compreende a ansiedade das pessoas que buscam por soluções relacionadas com seu bem-estar e saúde. Contudo, a universidade sempre se norteará pelas decisões judiciais cabíveis, rejeitando, em simultâneo, toda e qualquer forma de violência que atente a integridade física de seus servidores”, finalizou a instituição de ensino.
Pesquisa
A fosfoetanolamina sintética começou a ser estudada no Instituto de Química da USP pelo pesquisador Gilberto Chierice, hoje aposentado, e as cápsulas foram entregues de graça a pacientes com câncer por mais de 20 anos.
Em junho do ano passado, a USP interrompeu a distribuição e os pacientes começaram a recorrer da decisão na Justiça.
Em outubro deste ano, a briga foi parar no Supremo Tribunal Federal (STF) e a distribuição voltou a ser autorizada, mas, no dia 11 de novembro, o Órgão Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo determinou a suspensão do fornecimento.
A decisão, por maioria de votos, foi tomada após recurso interposto pelo Estado de São Paulo, que argumentou que a substância tem efeitos desconhecidos nos seres humanos, não é considerada um medicamento, não possui o registro necessário perante a Anvisa e que sua distribuição poderia acarretar graves consequências para os pacientes.

Manifestantes fizeram ato em frente à USP São Carlos a favor  da fosfoetanolamina (Foto: Carol Malandrino/G1)Pacientes e familiares já fizeram manifestações por
liberação das cápsulas (Foto: Carol Malandrino/G1)
Diante do impasse na Justiça e da repercussão do caso, a substância começou a ser discutida na Câmara e no Senado e o Ministério da Saúde, o governo do Rio Grande do Sul e o governo de São Paulo informam que vão realizar os testes para a conclusão da pesquisa e o registro junto à agência de vigilância.
De acordo com o Ministério, a expectativa é de que em março de 2016 seja possível liberar o composto para uso compassivo e, segundo o governo paulista, os primeiros resultados dos testes no estado devem ser divulgados em seis meses.

Fonte: G1

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