Acusado de chantagem, presidente do Parlamento da Indonésia renuncia

O presidente do Parlamento da Indonésia, Setya Novanto, renunciou ao cargo depois que foi acusado de tentar chantagear uma das principais companhias

mineradoras que operam no país.

Setya apresentou sua renúncia na noite de quarta-feira (16) em uma carta dirigida ao Conselho de Ética da Câmara, logo depois que esta comissão concluiu uma investigação de duas semanas que o incriminava, informou nesta quinta-feira (17) o jornal "The Jakarta Globe".

Segundo o Conselho de Ética, Setya e um sócio, que é empresário, exigiram 20% das ações da companhia americana Freeport Indonesia em troca de facilitar a extensão da licença de exploração de suas jazidas de ouro e cobre na região de Papua.

Os dois pediram essas participações, que estariam avaliadas em US$ 4 bilhões, em duas reuniões secretas que ocorreram em maio e junho com o diretor-executivo da mineradora, Maroef Sjamsoeddin, que gravou esses encontros.

O pedido foi realizado em nome do presidente do país, Joko Widodo, e do vice-presidente, Josuf Kalla, que nas últimas semanas tinha exigido que Setya renunciasse se o Conselho de Ética o considerasse culpado.

"Se esta é a decisão (do Conselho), então (Setya) deve renunciar", disse Kalla após conhecer as conclusões das investigações que, segundo precisou, não admitem recursos dos envolvidos.

Setya integra o partido de oposição Golkar, que foi criado em 1964 pelo general Suharto e que governou o país durante 32 anos. Apesar de deixar de presidir o parlamento do país, o político manterá sua cadeira de deputado.

A Freeport negocia a extensão de seu contrato, que vence em 2021, para a exploração de suas minas de cobre e ouro em Papua, uma das maiores jazidas do mundo.

Fonte: Uol