"Eles estão arredios e desafiando o Estado. Nós não vamos permitir que isso aconteça. Ninguém vai desafiar o Estado sem sofrer as consequências desse ato", afirmou o secretário de Justiça e Cidadania, Cristiano Feitosa, ao falar sobre a rebelião ocorrida
neste final de semana em Alcaçuz, maior unidade carcerária do Rio Grande do Norte. Revoltados com a suspensão das visitas logo após a descoberta de um túnel, grades foram arrancadas e celas destruídas em três dos quatro pavilhões do presídio.
Ao G1, o secretário afirmou que o Estado não vai forçar para que os presos retornem às celas, pois seria um risco desnecessário. “Neste momento há 800 detentos soltos nos três pavilhões. Não adianta forçar para que eles retornem para as celas porque está tudo destruído. Acabaríamos exponde os agentes a uma situação de conflito que não é necessária. Então cortamos a energia e eles estão sem luz, sem televisão. Até o próximo final de semana, pelo menos, as visitas estão suspensas. Os detentos precisam entender que quem manda é o Estado ”, acrescentou.
A Penitenciária Estadual de Alcaçuz fica em Nísia Floresta, cidade da Grande Natal. A unidade foi uma das 14 que passou por reformas após ser depredada durante uma onda de rebeliões que ocorreu em março. “O Estado já gastou mais de R$ 7 milhões para recuperar os presídios danificados. Ainda não sabemos quanto mais será preciso para reformar tudo novamente”, ressaltou Feitosa.
Ainda de acordo com o secretário, a Sejuc ainda avalia como o controle da unidade será retomado. Precisamos retomar o controle da penitenciária, de todo o sistema prisional. Em Alcaçuz, os pavilhões terão que ser reformados mais uma vez, mas ainda não sabemos quando isso será feito. Este ano é que não dá mais”, admitiu.
Cristiano Feitosa disse também que as reformas nas unidades destruídas pelos presos vão começar pelo CDP de Nova Cruz, depredada durante um motim ocorrido no último dia 19. “Se der tempo, ainda este ano deveremos fazer obras também na Penitenciária Estadual de Parnamirim (PEP). Mas, em Alcaçuz, só mesmo em 2016”, explicou.
Para recuperar Alcaçuz, o secretário concorda que será preciso retirar todos dos pavilhões danificados. E como não será possível transferi-los em razão da superlotação do sistema, a Sejuc estuda utilizar contêineres para abrigar os detentos. “Nós chamamos de módulos de segurança. Ainda estamos vendo isso, mas é uma solução”, confirmou.
Destruição
A rebelião ocorrida neste final de semana em Alcaçuz começou na manhã do sábado (28). Segundo a Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc), os detentos dos pavilhões 1 e 4 quebraram parte das celas e grades. O motim teria sido motivado, ainda de acordo com a Sejuc, porque a visita social prevista para a manhã havia sido suspensa. A direção suspendeu a visita porque na sexta-feira (27) foi encontrado um túnel no pavilhão 2.
Além da suspensão da visita, os presos também teriam ficado insatisfeitos com a retirada de alguns aparelhos das celas, como TVs. Os aparelhos, segundo a Sejuc, foram retirados para serem catalogados e foram devolvidos no próprio sábado.
Fonte: G1
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