O governador de Pernambuco, Paulo Câmara, e o prefeito do Recife, Geraldo Júlio, ambos do PSB, decretaram situação de emergência no Estado e na capital
a partir de terça-feira (1°) devido ao aumento de caso de chikungunya e zika, transmitidos pelo mosquito Aedes aegypti.
O estado de emergência foi assinado na manhã deste domingo (29) e será publicado no "Diário Oficial" na terça-feira. A decisão foi tomada um dia após o Ministério da Saúde informar que há relação entre o surto de microcefalia no Nordeste e o zika vírus, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. Em Pernambuco, foram constatados 487 casos de microcefalia nas últimas semanas.
Pelo decreto, as Secretarias de Saúde, do Estado e do Município, foram designadas como coordenadoras de todas as ações relativas à questão e estão autorizada a adotar "todas as medidas administrativas necessárias" para o combate imediato da situação.
"Precisamos da união do poder público e da sociedade civil. Juntos, trabalhando para superar essa que é a maior crise da saúde no Brasil", disse o governador..
Segundo informações do governo, com o decreto do estado de emergência, o Estado tem maior liberdade para acessar crédito para usar em medicamentos e equipamentos e contratar temporários para ajudar a combater os focos de mosquitos, sem precisar passar por licitação.
Nesta segunda-feira (30), será realizada uma reunião entre governador e prefeitos do Estado para definir quais ações serão tomadas no combate ao mosquito.
ZIKA E MICROCEFALIA
A constatação do Ministério da Saúde tem como base o resultado de exames realizados em um bebê nascido no Ceará pelo Instituto Evandro Chagas, órgão do ministério em Belém (PA). De acordo com o ministério, em amostras de sangue e tecidos do bebê, que nasceu com microcefalia e outras malformações congênitas, foi identificada a presença do vírus.
"A partir desse achado do bebê que veio a óbito, o Ministério da Saúde considera confirmada a relação entre o vírus e a ocorrência de microcefalia", diz o ministério em nota. "Essa é uma situação inédita na pesquisa científica mundial."
O governo diz também que a análise inicial indica que o risco para a gestante está associado aos primeiros três meses de gravidez. Destaca, no entanto, que ainda são necessárias investigações para confirmar o período de maior vulnerabilidade para a gestante e esclarecer outras questões, como a transmissão do vírus, sua atuação no organismo e a infecção do feto.
OUTRA MORTE
O Instituto Evandro Chagas também informou ao ministério nesta sexta-feira (27) dois casos de mortes relacionadas ao vírus. O primeiro caso foi de um homem com histórico de lúpus e de uso crônico de medicamentos corticoides, morador de São Luís (Maranhão). O segundo caso, de uma menina de 16 anos de Benevides (Pará), que morreu no final de outubro.
"As análises indicam que esse agente pode ter contribuído para agravamento dos casos e óbitos. Esta é a primeira ligação de morte relacionada ao vírus zika no mundo, o que demonstra uma semelhança com a dengue", diz o ministério.
Fonte: Folha de São Paulo
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