Um balanço divulgado pelo Ministério da Saúde divulgou nesta terça-feira (17) aponta que o Rio Grande do Norte chegou a 39 casos de bebês nascidos com microcefalia em 2015. O RN é o terceiro estado
com mais notificações sobre recém-nascidos com a condição rara de ter o crânio do tamanho menor do que o normal. O estado de Pernambuco teve 268 casos confirmados e Sergipe acumulou 44.
O boletim epidemiológico com dados reunidos até esta segunda (16) aponta a ocorrência de 399 casos em 2015, em sete estados. O diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis da pasta, Cláudio Maierovitch, informou em entrevista coletiva que o ministério trabalha com a hipótese de que o aumento de casos esteja ligado ao surto recente de zika vírus registrado no Nordeste.
A relação entre o zika vírus e a má-formação genética ganhou força porque o micro-organismo foi identificado em duas gestantes da Paraíba. Elas apresentaram sintomas da infecção durante a gravidez e carregam bebês com microcefalia confirmada. Exames laboratoriais encontraram o vírus no líquido amniótico, que envolve o bebê na gestação.
"Vocês podem perguntar se isso fecha a correlação entre as duas coisas, e minha resposta é: 'quase'. Estamos sendo bastantes cautelosos, mas não se encontrou nenhuma outra causa até o momento. Tivemos uma circulação importante do vírus no Brasil no primeiro semestre, coisa que aconteceu pela primeira vez na nossa história", declarou o diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do ministério, Cláudio Maierovitch.
O aumento significativo do número de casos no Nordeste fez o Ministério da Saúde decretar emergência em saúde pública no último dia 11. Na semana passada, o ministro da saúde, Marcelo Castro, afirmou que essa é uma situação inusitada. "Todas as hipóteses estão sendo avaliadas", disse o ministro em coletiva de imprensa.
Protocolo
Os casos suspeitos de microcefalia se caracterizam por recém-nascidos que apresentam o perímetro da cabeça igual ou menor de 33 centímetros. A Secretária Estadual de Saúde lançou um protocolo padrão, com orientações para a notificação dos casos, além de um portal onde as unidades de saúde enviam os dados.
Além do Hospital Oswaldo Cruz e do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip), o Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam) e a Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD) foram definidas como unidades de referência e para o atendimento dos bebês e das mães. O estado ainda definirá centros de referência para as notificações do interior.
Já a investigação epidemiológica dos casos está sendo feita em parceria com o Ministério Público e quatro instituições de pesquisa: Fiocruz, Imip, UFPE e Universidade de São Paulo (USP). Todas trabalham em conjunto para tentar identificar as possíveis causas do crescimento vertiginoso dos casos de microcefalia na região.
Fonte: G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua opinião é muito importante para nós, comente essa matéria!