Mãe de Neymar, Nadine Gonçalves da Silva Santos teve derrota importante na Justiça espanhola nesta quinta-feira. Envolvida no processo judicial por fraude movido
pela empresa DIS contra o Santos, a família do jogador e o Barcelona, ela teve recurso para escapar da investigação negado pelo juiz José De la Mata.
O magistrado rejeitou o pedido dos advogados de Nadine por entender que a mãe do jogador do Barcelona estava envolvida em todas as negociações da equipe do jogador com o clube catalão. Além disso, de acordo com o juiz, ela ganhou dinheiro já que detém 50% de empresa envolvida na operação.
A mãe de Neymar, em recurso, fazia solicitação para ter o mesmo tratamento do ex-vice-presidente do Barcelona, Javier Faus. O cartola foi removido das investigações pois De La Mata considerou não haver indícios de que ele havia participado do negócio.
A decisão do juiz, porém, deixa claro que Nadine era parte importante de toda a negociação. "Existem indícios de que ela teve perfeito conhecimento dos fatos: seu sócio era seu marido, a sociedade foi constituída durante a negociação dos contratos de seu filho, o único cliente da sociedade que tinha 50% era seu próprio filho, ganhou cinco milhões de euros dos dez que imediatamente entraram na empresa recém constituída", enumerou o magistrado espanhol.
Em junho de 2015 a Justiça espanhola abriu processo para investigar a transferência do atacante para o Barcelona, em 2013. A ação não tem relação com a movida pelo fisco espanhol, é fruto de uma queixa-crime da DIS, que detinha direitos sobre o jogador. O processo foi aberto pela Audiência Nacional, em Madri.
Além de Neymar, Neymar Santos (pai do atleta), Josep Maria Bartomeu (atual presidente do Barcelona), Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro (presidente do Santos na época), Odílio Rodrigues (então vice-presidente do Santos na época da transação) e a empresa N&N (pertencente aos pais do jogador) estavam originalmente envolvidos na disputa. Agora, a eles se junta a mãe do atacante.
Eles são acusados de fraudar contratos firmados no acordo entre Santos e o clube catalão. Quando contratou Neymar, o Barcelona informou ter desembolsado 57,1 milhões de euros. Posteriormente, o clube catalão admitiu que o gasto foi maior: quase 100 milhões de euros. Desse total, mais 40 milhões de euros vieram para a empresa do pai de Neymar no Brasil, por conta dos direitos do jogador.
A questão é que o Santos respondia por 55% dos direitos do atleta, e a DIS detinha 40%. Os 5% restantes pertenciam à Teísa (grupo de investidores). Mesmo não tendo porcentagem na negociação com o Barcelona, a família de Neymar recebeu a maior parte da transação, conforme contrato firmado entre a N&N e o Barcelona.
O documento mostra que os pais de Neymar ganharam 40 milhões de euros, enquanto o Santos (que tinha a maior parte dos direitos de Neymar) levou 17 milhões de euros. O UOL teve acesso ao contrato firmado entre Barcelona e a N&N.
Em março, a DIS já havia entrado com uma ação civil cobrando do Barcelona e da família de Neymar cerca de 40 milhões de euros a que alega ter direito. Argumentou que o clube e o jogador forjaram contratos como a intenção de evitar repassar o dinheiro. Por isso, entrou com nova queixa criminal.
Em Barcelona, Sandro Rossel e Josep Bartomeu - dirigentes envolvidos na operação - são considerados réus por fraude na assinatura do contrato e poderão pegar até sete anos de prisão.
Neymar também enfrenta problemas com a Justiça brasileira. Em processo paralelo, autoridades do país ordenaram congelar os bens de Neymar, acusado de evasão fiscal, por um valor de 188,8 milhões de reais.
Fonte: Uol
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