O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso defendeu nesta segunda-feira, 23, a renúncia do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que é acusado pelo Ministério
Público de envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras investigado pela Operação Lava Jato e suspeito de manter contas não declaradas na Suíça.
“O presidente da Câmara não tem mais condições morais e políticas de continuar exercendo o cargo. Se ele tivesse um pouco mais de visão de Brasil, ele renunciaria. Não tendo, vai ter que ser renunciado”, afirmou o tucano, que participou de um seminário sobre meio ambiente organizado pelo Instituto Teotônio Vilela, do PSDB, em São Paulo.
Também presente ao evento, o senador Aécio Neves (MG), presidente do PSDB, afirmou que o partido avalia, em conjunto com outros legendas, quais medidas serão adotadas para afastar Eduardo Cunha do comando da Casa. “O presidente não tem mais condições de conduzir a Câmara dos Deputados”, afirmou.
Aécio
Durante o evento, Fernando Henrique também criticou a falta de uma agenda que tire o País do atual cenário de crise. Sem citar nominalmente a presidente Dilma Rousseff (PT), ele disse: “Se o chefe do Executivo não se empenha, as coisas não andam, se não há agenda, as coisas não funcionam.” E, virando-se para Aécio, que estava sentado ao seu lado na mesa principal do evento, disse: “Quem tem que resolver tudo isso é o Aécio”, numa referência à sucessão da presidente.
O evento, cujo tema eram os caminhos para o Brasil na área da sustentabilidade e do meio ambiente, contou também com a participação do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que vem se colocando como virtual candidato tucano à sucessão presidencial. Por questões de agenda, Alckmin participou rapidamente da abertura do seminário e deixou o local antes do afago feito por Fernando Henrique a Aécio.
Tanto Aécio quanto Alckmin vêm trabalhando intensamente nos bastidores da legenda para se colocarem como alternativa à gestão petista no âmbito federal. No momento, o senador mineiro detém a maior parcela de apoio nos diretórios da legenda em todo o País, mas Alckmin costura a adesão de outras legendas, como o PSB de seu vice governador Márcio França.
Fonte: Estadão
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