Um paciente de Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, em tratamento contra um câncer no pâncreas há quatro meses recebeu esta semana pílulas de fosfoetanolamina, a
substância produzida por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP). A remessa só foi enviada ao comerciante Luiz dos Santos após uma briga na Justiça.
Com prazo de vida de seis meses dado pelo médico, o paciente agora está cheio de esperança. "Para sarar eu tomo o que a turma indicar. Acho que até veneno tomo, porque é complicado. Você está com uma doença, vem o médico e fala que a quimioterapia não vai resolver tanto. Então a pessoa fica meio pensativa", desabafa.
Santos passou por cirurgia, mas o tumor não pôde ser totalmente retirado. E, depois de uma batalha judicial, conseguiu uma liminar para ter acesso à fosfoetanolamina. A encomenda veio com 60 cápsulas, o suficiente para um mês de tratamento. Depois disso, se o ele resolver continuar com os remédios, a família terá que recomeçar a luta na Justiça.
Quem cuida de tudo é o filho Edinaldo dos Santos, que já sabe que o Tribunal de Justiça de São Paulo suspendeu todas as liminares já expedidas e proibiu juízes de decidirem pela distribuição da cápsula do câncer.
“Daqui 30 dias vamos ter uma posição clínica para saber como evoluiu o tumor, o câncer. Daí para frente a gente tem que lutar para conseguir novamente e finalizar essa doença que é tão terrível”, comentou. “A gente conseguiu a primeira vez, quem sabe nem precise da outra vez. Tenho esperança”, completou o comerciante.
Uma portaria do Ministério da Sáude (MS) instituiu um grupo que vai pesquisar a fosfoetanolamina e os efeitos no tratamento do câncer. De acordo com o documento que determina a criação de um grupo de trabalho, o ministério vai apoiar e acompanhar as etapas para o desenvolvimento clínico do remédio. A recomendação do ministério da saúde é que as pessoas não façam uso dessa substância até que os estudos sejam concluídos.
E, nesta quinta-feira (26), o ministro assinou um contrato que libera R$ 2 milhões para o início dos testes de eficácia e segurança da substância. O prazo mínimo para conclusão da primeira etapa da pesquisa é de sete meses.
Fonte: G1
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