O diretor executivo da Liga Sul-Minas, Alexandre Kalil, deixou a sede da CBF bastante irritado na noite da última segunda-feira. Em
suas palavras, o cartola anunciou que o torneio havia rompido com a entidade após a decisão da confederação de só chancelar a competição após aprovação da Assembleia Geral – 27 federações e times das séries A e B.
A guerra estava formada. No entanto, apenas do lado de Kalil e dos clubes da Sul-Minas. Em conversas posteriores à entrevista dos dirigentes, os interlocutores da CBF garantiram não haver problemas e reforçaram o discurso de paz nas tratativas.
Os representantes da confederação repetiram o discurso de apoio à Liga e que acreditam em um entendimento entre as partes. Segundo a CBF, o presidente Marco Polo Del Nero é a favor da Sul-Minas e lutará pela realização da mesma já em 2016.
O problema, porém, é que alguns envolvidos na negociação ainda não confiam no discurso de Del Nero. Para a maioria, o presidente da CBF "jogou" a decisão para a Assembleia Geral numa tentativa de evitar uma possível culpa pela não realização do torneio.
Informalmente, Marco Polo disse a Kalil e outros dirigentes que defenderá o torneio durante discurso na Assembleia a ser realizada no próximo dia 27. A Liga ainda duvida da postura do presidente. Para muitos, há uma articulação já em curso para que os presidentes aliados de Del Nero vetem a mesma.
Enquanto isso, a Sul-Minas segue suas tratativas para ser realizada já no início de 2016. Além de definir tabelas, os executivos negociam com Globo, Record e Esporte Interativo os direitos de TV para transmissão do torneio.
Em nota oficial na noite desta terça-feira, a CBF manteve o tom político, evitou a "guerra" de Kalil e confirmou a informação que simpatiza com a ideia da realização da Liga Sul-Minas em 2016. A entidade ainda explicou os motivos para convocação da Assembleia Geral para aprovar a competição e disse estar apenas obedecendo as normas estatutárias da confederação.
Confira a nota completa:
"Em reunião ocorrida no dia dezenove de outubro na sede da CBF, diretores da entidade e representantes da Liga Sul-Minas-Rio deram continuidade às tratativas destinadas ao reconhecimento da competição que visa reunir seus clubes integrantes.
Uma vez mais, a CBF manifestou simpatia pela ideia de realização daquela competição em 2016, sempre observados os critérios jurídicos, técnicos e administrativos em vigor.
No que tange ao critério jurídico, necessário que fossem estritamente cumpridos os ditames legais e as normas nacionais e internacionais do futebol, de modo a assegurar que a Liga e a competição se alinhassem com os estatutos e regulamentos vigentes.
Neste sentido, a CBF recebeu requerimento formal da Federação Nacional dos Atletas Profissionais com vistas ao fiel cumprimento de direitos e prerrogativas trabalhistas dos atletas, notadamente o direito a férias, o recém- conquistado período de pré-temporada até 30 de janeiro, além do respeito do intervalo mínimo entre as partidas de um mesmo clube.
Paralelamente, em obediência às normas estatutárias da CBF, a entidade houve por bem convocar a Assembleia Geral Extraordinária, de modo a apreciar a solicitação de reconhecimento da Liga e a inclusão da competição no calendário oficial, a fim de conferir legalidade aos seus atos iniciais e à tabela da competição.
Sob a responsabilidade do Departamento de Competições da CBF, coube a árdua tarefa de harmonizar as datas escolhidas pela Liga para esta disputa com o já saturado e publicado calendário anual do futebol brasileiro, por vezes, criticado pela excessiva quantidade de partidas.
Importante esclarecer que o calendário proposto originalmente, que tinha como premissa o respeito intransigente a "contratos e datas do calendário existente", conforme ofício da Liga de 6 de outubro do corrente, apresentava em suas onze rodadas, dez datas sobrepostas a competições como estaduais, pré-Libertadores, Libertadores, Copa do Brasil e eliminatórias da Copa do Mundo, e a outra data em conflito com o período de pré-temporada, além de uma partida entre Internacional x Grêmio válida por duas competições (Sul-Minas-Rio e Campeonato Gaúcho) simultâneas, numa singular partida de seis pontos.
Exemplo de sucesso, a Copa do Nordeste teve como fator preponderante a unidade, harmonia e perfeita distribuição de papéis entre clubes, federações e CBF.
Todos os esforços para buscar a compatibilização das pretensões dos clubes foram e estão sendo realizados pela CBF, compreensiva da legítima busca por novas receitas financeiras. Contudo, esta postulação não pode operar-se a qualquer custo, ao arrepio da ordem jurídica, nem resultar em desarranjo do calendário nacional que, estável, consolidado e reconhecido pelo torcedor, se mostra economicamente eficaz e rentável para emissoras de TV, patrocinadores e clubes."
Fonte: Uol
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