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sábado, outubro 17, 2015

Por até R$ 3.000, voo de SP ao Rio na Olimpíada é mais caro que a Miami

 http://cidadenewsitau.blogspot.com.br/Na Olimpíada de 2016, a ponte aérea entre São Paulo e Rio poderá custar mais do que uma viagem aos Estados Unidos –e até dez vezes mais do que se o mesmo voo fosse marcado uma semana antes
de a competição começar.

TAM, Gol e Avianca têm colocado passagens à venda a partir de R$ 2.048, R$ 2.899 e R$ 2.929, respectivamente, para datas próximas à cerimônia de abertura, em 5 de agosto, daqui a nove meses.

Os valores correspondem a uma viagem de ida e volta entre os aeroportos de Congonhas (SP) e Santos Dumont (Rio), a rota aérea mais movimentada do Brasil, segundo dados da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).

A Azul não faz voo direto na ponte aérea. Ela tem saídas de São Paulo a partir de R$ 1.004, mas que levariam o passageiro até Minas Gerais antes de chegar ao Rio.

Com o dinheiro investido na ponte aérea para ir aos Jogos Olímpicos de 2016 seria possível comprar um bilhete de ida e volta para Miami, mesmo com o dólar a R$ 3,83 –sai por R$ 1.901, na Gol, ou R$ 2.524, na American.

Se a opção for ir ao Rio de Janeiro na semana anterior à do início do evento, os preços são baixos, compatíveis com aqueles praticados por quem compra com antecedência: R$ 245 na TAM, R$ 247 na Avianca e R$ 288 na Gol, algo perto de 10% do praticado durante os Jogos Olímpicos.

Membros de programas de fidelidade também acham valores altos, por até 54 mil pontos ida e volta (caso do Smiles, da Gol), contra 16 mil pontos na semana anterior.

A diferença é que em outras épocas do ano aparecem passagens com perfil promocional. Para a Olimpíada, não; estão à venda apenas as tarifas mais altas. "As demais tarifas não aparecem pois já não estão mais disponíveis", informou a Gol, em nota.

Uma das razões para os preços altos é a tentativa das companhias aéreas de elevar as receitas nesse período. Outra é que a maior parte dos assentos está reservada para operadoras de turismo do Brasil e do exterior, que os negociará com o público final, em pacote com ingressos para os Jogos; os assentos que sobram, então, vão para venda direta.

O raciocínio também vale para os hotéis do Rio –muitos têm vagas "congeladas" para grandes operadoras.

Se os aviões não estiverem cheios às vésperas da Olimpíada, os preços abaixarão. Mas, em razão da grande procura, não dá para garantir que isso vá acontecer, diz Edmar Bull, vice-presidente da Abav (Associação Brasileira de Agências de Viagens).

Oficialmente, as companhias atribuem o preço alto à demanda do período.

O público não será o tradicional da ponte aérea, de executivos. Tal qual ocorreu na Copa, devem predominar turistas e funcionários/convidados de patrocinadores.

E a ponte aérea ainda pode sofrer restrições em parte da Olimpíada. O Comitê Olímpico Internacional pediu o fechamento do Santos Dumont por cinco horas entre os dias 8 e 18, para as provas de regata, na Marina da Glória, ao lado do aeroporto. Ainda não há decisão a respeito.

OUTRO LADO

As empresas aéreas dizem que os preços das passagens na Olimpíada são proporcionais à demanda do evento e similares aos de outros períodos do ano, como Carnaval, Réveillon e as férias escolares.

As tarifas consultadas pela Folha, porém, chegam a superar em até 195% as do próximo Réveillon (veja quadro nesta pág.).

O Brasil, assim como os maiores mercados de aviação no mundo, dá liberdade para as companhias estipularem os preços.

"Nesses períodos, mesmo com antecedência, registramos significativa procura e aumento na taxa de ocupação", diz a Gol, que estuda criar voos extras durante os Jogos.

A TAM informou que o "sistema de precificação é dinâmico", o que faz os preços nos canais de venda não serem "estáticos".

"Para os Jogos, os critérios de precificação continuarão os mesmos: o valor da passagem vai variar de acordo com a demanda de cada perfil e com a oferta de assentos disponíveis no período para as rotas específicas", afirma a empresa.

A TAM diz que não procede "a percepção de que haverá um adicional de receita para as companhias aéreas com a realização da competição". O argumento é que os passageiros corporativos tradicionais deixarão de voar nos Jogos para dar lugar a turistas e convidados de patrocinadores.

Ainda de acordo com a TAM, a malha aérea para a competição não está definida e depende, por exemplo, da definição sobre restrições no Santos Dumont.

A Azul também fez menção à relação entre oferta e demanda e informou não ser possível "determinar agora se essas tarifas se manterão, ficarão mais caras ou mais baratas".

A exceção foi a Avianca. A empresa disse, na quinta (15), que os preços estavam altos devido a um "erro" no sistema e que seriam corrigidos nesta sexta (16). Mas isso não aconteceu; até o final da noite, as tarifas seguiam iguais. 

Fonte: Folha de São Paulo

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