O Comando da Polícia Militar substituiu três comandantes e um subcomandante que integravam o 9º Batalhão da PM, local onde trabalhavam os 12 policiais militares presos na operação 'Novos
Rumos', deflagrada pelo Ministério Público no dia 29 de setembro. A assessoria de comunicação da Polícia Militar nega qualquer relação das mudanças com as investigações do MP e afirma que os remanejamentos foram "adequações administrativas" em virtude da recente promoção de oficiais da PM do Rio Grande do Norte. As mudanças estão no Boletim Geral do Comando Geral da Polícia Militar.
O então comandante do 9º Batalhão, tenente-coronel Oízes Lago de Souza Júnior, será substituído pelo tenente-coronel Fábio André Pessoa de Araújo. Já o antigo subcomandante, major Marcos Antônio de Oliveira Lisboa, dará lugar ao major Wellington Camilo da Silva. As demais mudanças foram as trocas dos comandantes da 1ª e 3ª Companhia da PM, ambas vinculadas ao 9º Batalhão da Polícia Militar. Saíram o major Juscelino Martins Grilo Fernandes Holanda e o capitão Raniere Bezerra da Costa, e entraram os capitães Oziel Pereira da Silva e João Batista da Silva, respectivamente.
Ao G1, o tenente-coronel Castelo Branco, assessor de comunicação da PM, informou que a readequação foi necessária após as promoções de oficiais da Polícia Militar publicadas no Diário Oficial do Estado desta terça-feira (6). "Foram adequações administrativas da Polícia Militar. Tanto que nenhum dos comandantes não tiveram relação com as práticas investigadas. São todos isentos", explica Castelo Branco.
Investigação
Catorze PMs foram denunciados na sexta-feira (2) pelo Ministério Público do Rio Grande do Norte como resultado da operação 'Novos Rumos', que investiga crimes cometidos por policiais militares do 9º Batalhão, em Natal. A operação foi deflagrada na última terça-feira (29), ocasião em que 12 PMs foram presos. De acordo com o MP, as investigações apontaram o envolvimento de outros dois policiais militares que não foram presos, mas que também foram denunciados.
Os PMs foram denunciados por corrupção passiva, peculato-furto, receptação, prevaricação e violação de domicílio. Os crimes são previstos no Código Penal Militar.
De acordo com as investigações do Ministério Público, os policiais receberam dinheiro, queijos e até galinhas para liberar suspeitos de cometer crimes e permitir o tráfico de drogas na região metropolitana de Natal. As descobertas foram feitas por meio de interceptações telefônicas e escutas instaladas dentro de um carro do 9º Batalhão da Polícia Militar.
Para embasar os pedidos de mandado de prisão, o MP também aponta que os comerciantes do bairro de Cidade da Esperança, na Zona Oeste de Natal, costumavam pagar uma "contribuição para o lanche" aos policiais militares. O Ministério Público do Rio Grande do Norte afirma que os PMs distribuíam um panfleto com escalas, nomes e telefones de 12 policiais que faziam o patrulhamento na área.
Fonte: G1
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