Durante a operação Ícaro, desencadeada pela Delegacia Especializada de Combate ao Crime (Deco) nesta quinta-feira (29), em Campo Grande, foram apreendidas peças de avião e documentos de
registros de voos, na casa de quatro pessoas e em duas oficinas aeronáuticas.
A ação faz parte da investigação sobre a utilização de peças de avião furtadas de uma oficina especializada em manutenção aeronática. Segundo a delegada Ana Cláudia Medina, a investigação começou a partir de denúncia de um dono de oficina.
"Foi um registro de boletim de ocorrência feito à Deco de um proprietário de uma oficina especializada em aeronaves que conta de dois anos que vinham sendo furtadas [peças] de seus depósitos", explicou. Segundo Medina, a princípio o empresário é considerado comunicante do crime, mas também poderá ser investigado.
"Estamos trabalhando com todas as hipóteses. Ele trouxe essas informações e, por enquanto, ele foi o comunicante da ocorrência", informou.
Conforme a Deco, seis mandados de busca e apreensão foram cumpridos na capital de Mato Grosso do Sul, sendo quatro em residências e dois em oficinas. Ninguém foi preso. Uma das oficinas alvo da operação, na rua Spipe Calarge, funcionava sem homologação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), segundo a delegada. No local, foram apreendidas várias peças.
"Ela estava em funcionamento, mesmo de forma irregular. Como é uma grande quantidade de peças e equipamentos, nós vamos precisar analisar, fazer toda a conferência da rastreabilidade, da cadeia dessa questão do que se tem e o que não tem, e ver o que ele tem e o que não tem comprovação", ressaltou.
Na outra oficina, no aeroporto Santa Maria, a Deco apreendeu uma hélice e um cubo de hélice que estavam em uma aeronave. "Tivemos apreensões em uma das residenciais e uma aeronave apreendida. Essa aeronave, o proprietário atual está com dois meses na posse, porém, ela já foi comprada nesses dois meses e instalada a peça específica dessa oficina que foi vítima de furto", explicou.
A esposa de um dos donos da oficina mecânica investigada disse ao G1 que as peças eram levadas para o local por conhecidos e amigos e que não sabe o destino delas.
Ainda segundo Medina, a partir da investigação, a polícia pode apurar se as aeronaves com peças furtadas se envolveram em algum acidente aéreo. "Quando a gente faz apreensão de peças e das cadernetas de voos e de todo o registro dessas aeronaves, mesmo que elas não estejam apreendidas até o momento, nós temos condições de verificar, se algumas delas, que se envolveu em acidente, teve como manutenção algumas dessas oficinas que estão nos nossos autos", ressaltou.
Acidentes
Em outubro deste ano, pelo menos três acidentes aéreos foram registrados em Mato Grosso do Sul. Uma pessoa morreu. Segundo a Anac, em 2014 foram 6 acidentes aéreos, sendo dois fatais. O levantamento não considera ocorrências que envolveram atos ilíticos, aeronaves experimentais, operações policiais ou aeronaves de matrícula estrangeira.
O primeiro deles em 21 de janeiro, em Campo Grande, durante voo de instrução. Em 12 de fevereiro, outra aeronave sofreu acidente, em Chapadão do Sul, onde uma pessoa morreu. No dia 4 de abril, um acidente aconteceu em Corguinho. No dia 23 de abril, outro acidente foi registrado em Taquarussu.
Em junho, no dia 7, o baixo nível de combustível provocou outro acidente em Nova Andradina. Em 6 de dezembro, outro acidente foi registrado em Campo Grande, quando outra morte foi registrada.
Operação Ícaro cumpriu mandado de busca em oficina no aeroporto Santa Maria (Foto: Gabriela Pavão/G1 MS)
Fonte: G1
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