Em greve desde o último dia 25 de maio, os professores e técnicos da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UERN) já causaram um prejuízo aos cofres do Estado de mais de R$ 50 milhões, o
que corresponde a cinco meses de greve. A informação sobre os valores foi repassada pelo governador Robinson Faria em entrevista à TV Ponta Negra nesta terça-feira (20).“O estado fez a sua parte, pagou o salário em dia e eles não cumpriram o papel de dar aula aos alunos. E agora não adianta fazer essa politização da greve, porque o Brasil passa por uma crise, o Estado está em crise, há uma compreensão por parte das demais categorias do Estado e não houve compreensão por parte do sindicato dos professores da UERN. Eles ouviram as opiniões jurídicas, sabem que o governador não pode dar o aumento, mas persistem na greve que o maior prejudicado é o estudante”, declarou o governador.
Ainda segundo Robinson, o Governo do Estado tem se esforçado para chegar a um acordo com os grevistas, mas tem encontrado “incompreensão” por parte dos docentes. O governador alega que o governo está proibido de conceder aumento, pois o Estado se encontra acima do limite legal da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
“Então há um pouco de incompreensão por parte do sindicato dos professores, que fez uma campanha muito orquestrada, tentando jogar uma má vontade do governador e eu digo que foi uma campanha muito injusta”.
Docentes
Em assembleia geral na manhã desta terça-feira (20), os docentes decidiram recusar as propostas do governo e mantiveram o movimento. Os professores agora aguardam a decisão do desembargador Cornélio Alves acerca do pedido do Governo do Estado, que pediu que a Justiça decrete a ilegalidade da greve, o que deve ser decidido nesta quarta-feira (21).
Na assembleia desta terça a diretoria da Associação dos Docentes da UERN (ADUERN) apresentou a contraproposta feita pela categoria aos representantes do Governo. De acordo com a proposição, as categorias dariam uma margem de tempo para o ajuste financeiro das contas do Estado. O realinhamento referente ao acordo de 2014 seria realizado em duas parcelas, nos meses de maio de 2017 e maio de 2018.
Segundo o sindicato, o governo se comprometeu a enviar um documento oficializando seu compromisso em cumprir a proposta formulada pela categoria. O documento enviado, porém, não estaria de acordo com o que foi negociado com os docentes, que decidiram rejeitar a proposta. Já os técnicos da instituição suspenderam a greve, em reunião nesta segunda-feira (19), e prometeram retornar imediatamente aos trabalhos.
“Este documento não é o que esperávamos, pois não garante o cumprimento do nosso Plano de Cargos e Salários em 2017 e 2018. A proposta não diz claramente qual é o percentual de reajuste que será enviado para a Assembleia Legislativa e limita seu envio à Lei de Responsabilidade Fiscal. A pergunta que paira é: será que em dois anos e quatro meses o governo não tem como reajustar suas contas?”, disse o presidente da ADUERN, Lemuel Rodrigues, após a assembleia dos professores.
Fonte: Agora RN
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