As equipes de socorros, militares e voluntários da Guatemala encerraram o segundo dia de buscas do deslizamento de terra sem encontrar nenhum sobrevivente neste sábado (3). Os
trabalhos foram suspensos por volta das 21h20 no horário local (0h20 deste domingo em Brasília). De acordo com o jornal "Prensa Libre", o número de mortos subiu para 85 e a quantidade de desaparecidos está entre 300 e 350 pessoas.
Ainda de acordo com a imprensa local, o ministro da Defesa Williams Mansilla informou que as buscas terão uma mudança de protocolo ao serem retomadas neste domingo. Só trabalharão na área do incidente pessoas qualificadas e será proibido o ingresso de voluntários que tentam ajudar na remoção de terra e escombros.
Mansilla disse ainda que a decisão foi tomada por medida de segurança, já que haverá mais operações com maquinários e o terreno está muito frágil. "Sabemos que não restringir os direitos das pessoas de bom coração, mas precisamos de ordem e controle", ressaltou o chefe militar.
Sergio Cabañas, comandante de incidentes da Coordenadoria Nacional para a Redução de Desastres (Conred), disse que o prazo padrão de 72 horas para encontrar pessoas com vida termina neste domingo (4), mas uma análise vai determina se esse período será estendido. "A instrução do presidente (Alejandro Maldonado) é que sigamos, que busquemos o maior número de pessoas possíveis", contou. Porém, Cabañas enfatizou que o trabalho dependerá das condições de segurança para as equipes de resgate e do clima.
Cabañas conta ainda que há setores na zona do desastre onde há casas inundadas, o que dificulta os trabalhos e aumenta o risco. As autoridades locais estimam que o número de pessoas trabalhando nas buscas devem ser reduzido para entre 200 e 250 neste domingo.
Amigos e parentes das vítimas começaram o doloroso processo de identificação dos corpos no necrotério improvisado a uns 400 metros do local da tragédia e alguns mortos já foram sepultados.
Parentes de Pamela Perez realizam funeral da jovem de 17 anos, uma das vítimas do deslizamento de terra na Guatemala (Foto: Johan Ordonez/AFP Photo)
Deslizamento
O deslizamento surpreendeu a todos durante a noite de quinta-feira nesta zona declarada de alto risco por estar próxima a um morro e a um rio. De acordo com autoridades da Conred, em várias ocasiões, recomendou-se transferir as famílias para um outro local pelo risco de desmoronamentos. Um dos últimos relatórios, emitido pela entidade em novembro passado, afirmou que deveriam ser aplicadas medidas para prevenir algum desastre "de maneira imediata".
Após a tragédia em Santa Catarina Pinula, meios de comunicação, instituições públicas e grupos por meio de redes sociais começaram a arrecadar água, alimentos e cobertores para os desabrigados.
A embaixada dos Estados Unidos na Guatemala emitiu um comunicado para expressar "suas mais profundas condolências" às famílias das vítimas. Diplomatas de Cuba colocaram à disposição das autoridades guatemaltecas cerca de 500 membros da missão médica mobilizada no país.
A temporada de chuvas que começou em maio e se prolonga até novembro já havia deixado oito pessoas mortas antes da tragédia em Santa Catarina Pinula, segundo dados oficiais.
Em 2014, a temporada chuvosa causou 29 mortos, dois desaparecidos, 25 feridos, 655.201 afetados e 9.061 casas com danos, detalharam as autoridades da Defesa Civil.
Equipes de resgate fazem busca por sobreviventes após um deslizamento de terra em Cambray, um bairro no subúrbio de Santa Catarina Pinula, a leste da Cidade da Guatemala. Uma colina desabou após fortes chuvas, enterrando várias casas (Foto: Moises Castillo/AP)
Fonte: G1
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