Os juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale Jr. e Janaína Paschoal, o líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), e os líderes de movimentos pró-impeachment Rogerio Chequer, Kim Kataguiri e
Marcello Reis registraram em cartório nesta quinta-feira (15) mais um pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.O pedido, registrado em um cartório em São Paulo, deve ser protocolado na Câmara nesta sexta (16), para que o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o aprecie.
Segundo Sampaio, o pedido reúne argumentos que estão no aditamento ao pedido original de Bicudo, sobre as pedaladas fiscais de 2014, e também informações prestadas pelo Ministério Público de Contas, junto ao TCU (Tribunal de Contas da União), sobre a continuidade das pedaladas em 2015.
Investigado na Operação Lava Jato —o Ministério Público da Suíça revelou que o peemedebista possui ao menos quatro contas naquele país —, ele negocia com o governo a salvação de seu mandato parlamentar em troca de não deixar prosperarem os pedidos de impedimento de Dilma.
Ao comentar a movimentação, Reale Jr. afirmou que o acordo "não enfraquece o pedido de impeachment, enfraquece o país, enfraquece o sentimento de moralidade". Bicudo disse que "a pessoa física [Eduardo Cunha] é que está sofrendo o processo, não o presidente da Câmara", o que não enfraquece, segundo ele, as decisões tomadas por ele no cargo.
"A movimentação foi do governo", disse Sampaio, sobre as decisões do STF (Supremo Tribunal Federal), a partir de ações de deputados governistas, que suspenderam o rito de impeachment definido inicialmente pelo presidente da Câmara –retirando a possibilidade de recurso do plenário em caso de negativa do peemedebista. "Quem demonstrou medo da base aliada foi a Dilma." De acordo com o tucano, o governo tem mais interesse em negociar com Cunha do que o contrário.
Sampaio disse ainda que o pedido de cassação de Cunha não será assinado pelo PSDB porque o PSOL, autor do pedido, é "linha auxiliar do PT". O tucano ressaltou ainda que o novo pedido de impeachment tem todos os elementos para ser aceito por Cunha.
Fonte: Folha de São Paulo
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