O ex-diretor financeiro do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema) do Rio Grande do Norte, Clebson José Bezerril, e o funcionário do setor de contabilidade, João Eduardo de
Oliveira Soares, foram soltos na manhã desta sexta-feira (4) após decisão judicial. Os dois são suspeitos de participação em esquema que teria desviado mais de R$ 19 milhões do órgão.
De acordo com o Ministério Público, o alvará de soltura foi concedido aos dois suspeitos, presos durante a operação Candeeiro na quarta-feira (2), por eles terem contribuído com as investigações. Clebson e João Eduardo deixaram o Centro de Detenção Provisória (CDP) da Ribeira, na Zona Leste da capital, sem falar com a imprensa.
O empresário Antônio Tavares Neto, e Renato Bezerra de Medeiros, que segundo o MP agia como laranja no esquema, seguem detidos no CDP da Ribeira. Filho de Rita das Mercês, ex-procuradora-geral da Assembleia Legislativa do RN, Gutson Johnson Giovany Reinaldo Bezerra cumpre prisão temporária no Quartel do Comando Geral da Polícia Militar, no bairro de Tirol. Rita foi presa no dia 20 de agosto na operação Dama de Espadas por suspeita de desvio de recursos públicos na AL. Ela foi solta três dias depois por força de um habeas corpus.
O dinheiro supostamente desviado do Idema foi usado para comprar apartamentos de luxo, construir uma academia de alto padrão e reformar a loja de uma equipadora de veículos. Os destinos dos recursos foram identificados pelo Ministério Público do estado nos oito meses de investigações que culminaram na operação Candeeiro, deflagrada na quarta-feira em Natal, Parnamirim, Santana do Matos e Mossoró. De acordo com o promotor Paulo Batista de Lopes Neto, o esquema criminoso se utilizou de "ofícios fantasmas" para desviar R$ 19.321.726,13 do órgão entre 2013 e 2014. Os documentos eram emitidos pelo Idema ao Banco do Brasil solicitando transferências de recursos do órgão para pelo menos sete empresas. Nenhuma delas possuía vínculo com o instituto.
Empresas
Entre as sete empresas beneficiárias do esquema criminoso, o promotor Paulo Batista citou uma locadora de veículos de Santana do Matos. "O local não existia e ao checarmos no Detran (Departamento Estadual de Trânsito) não encontramos nenhum carro comprado pela empresa", relata. Todas as empresas tinham seus nomes diretamente vinculados a funcionários e ex-funcionários do Idema, além de terceiros que possuem relação com as pessoas lotadas no órgão.
Outra empresa era a construtora responsável pela construção de uma academia e reforma de uma equipadora de veículos localizadas na Zona Sul de Natal e pertencentes a investigados que trabalharam no setor de contabilidade. No entanto, segundo o promotor Paulo Batista, o único pagamento recebido pela construtora foi de R$ 1.200. "Sabemos que serviços daquele vulto custaram mais. Podemos afirmar que o dinheiro desviado do Idema serviu para levantar academia de alto padrão e reformar a equipadora", diz.
Para o promotor, mais empresas podem estar envolvidas no esquema criminoso. Além dos R$ 19 milhões entre 2013 e 2014, Paulo Batista acredita que mais dinheiro pode ter sido desviado antes e depois do período investigado. "Um dos investigados estava no órgão em 2012. Quanto ao período de 2015, vamos analisar novos documentos", afirma.
João Eduardo de Oliveira também é suspeito de participação no esquema criminoso (Foto: Emanuel Amaral/Tribuna do Norte)
Fonte: G1
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